Por Hiram Reis e Silva, Bagé, RS, 18 de setembro de 2013.

 

“Só há duas explicações possíveis para que as provas sejam reanalisadas pelo mesmo órgão julgador – ambas graves. Ou o trabalho custoso do já sobrecarregado plenário é inútil, ou joga-se com a odiosa manipulação da composição do tribunal”.

(Ministro do STF Gilmar Mendes).

 

–  Brasil à Deriva

 

O povo está cada vez mais desiludido e envergonhado com a exacerbada degradação dos três Poderes da República. A descarada e sistemática negociata promovida pelo insano e descompromissado governo federal aliciando parlamentares para acatar, a qualquer preço, suas propostas; a criminosa atuação destes mesmos políticos acobertados pelo injustificável voto secreto e o destempero nas tomadas de decisão da Suprema Corte ardilosamente composta pela “presidenta” para atender aos interesses sub-reptícios de seus prosélitos, mostram que nosso país está totalmente à deriva.

 

Parece irrelevante a opinião pública, e fico muito feliz quando uma decisão do tribunal constitucional coincide com a opinião pública, mas se o que considero certo não bate com a opinião pública, eu cumpro meu papel. A multidão quer o fim desse julgamento, e eu também. Mas nós não julgamos para a multidão, nós julgamos pessoas. (…) Não estou aqui subordinado à multidão. Não tenho o monopólio da certeza, mas tenho o monopólio íntimo de fazer o que acho certo. (Ministro do STF Luis Roberto Barroso)

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O fato de os juízes novatos manterem relações altamente questionáveis com governo ou instituições privadas mostra a falência da justiça. O escritório, do ministro Luis Roberto Barroso, recebeu da União,sem licitação, mais de R$ 2 milhões em agosto desse ano conforme noticia o Diário Oficial da União (Extrato de Inexigibilidade de Licitação Nº 103/2013 – UASG 910809).

 

O ministro José Antonio Dias Toffoli, por sua vez, paga prestações de empréstimos contraídos com o Banco do Brasil que somam R$ 1,4 milhão. As parcelas mensais chegam a R$ 16,7 mil, comprometendo 92% dos ganhos líquidos de Toffoli como ministro do STF. O ministro afirmou que seus rendimentos “não se resumem aos vencimentos no STF”. “Curiosamente”, Toffoli é o relator de processos que envolvem o Banco Mercantil do Brasil. Outro dado instigante é que na época em que as operações foram contratadas, a soma das parcelas era maior que o salário líquido do ministro. Em abril deste ano, após algumas favoráveis decisões do ministro nos processos do Mercantil, o banco resolveu reduzir os juros dos empréstimos de 1,35% para 1% ao mês. Se o Brasil fosse um país sério e respeitador do Código do Processo Civil e o Regimento do Supremo, o citado magistrado deveria ter ser devidamente questionado por seus pares, por uma possível parcialidade, já que uma das partes era sua credora.

 

O caos moral e ético instalado pelos “esquerdopatas” de plantão dificilmente será revertido ainda neste século. A proposital e dolosa falência da educação tem um objetivo único – manter o povo alienado, incapaz de discernir entre o certo e o errado e refém das bolsas assistencialistas governamentais.

 

–  Gen Ex R1 Luiz Gonzaga Schroeder Lessa

 

Recebi, por e-mail, um artigo escrito por um de meus maiores ícones na Força Terrestre – o General Lessa. O General Lessa realizou durante sua vida na caserna os cursos de Guerra Química, Biológica e Radiológica, de Aperfeiçoamento de Oficiais, de Comando e Estado-Maior do Exército, o Army Command and General Staff College e o Master of Military Art and Science, ambos em Forte Leavenworth, EUA, quando defendeu uma tese versando sobre a segurança militar do Atlântico Sul. É doutor em Arte e Ciência Militar pela Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e na área civil é Bacharel em Administração de Empresas e Análise de Sistemas.

 

Como Oficial-General, foi Diretor de Informática, na oportunidade fui seu subordinado como Subchefe do Centro de Informática nº 3 (C Infor Nr 3), em Porto Alegre, RS. Comandou a 6º Região Militar em Salvador, BA, a 1ª Região Militar no Rio de Janeiro, RJ e chefiou o Departamento-Geral de Serviços em Brasília, DF. Foi Comandante Militar da Amazônia, no período 1998 a 1999, onde novamente cruzamos nossos caminhos, na ocasião me brevetou no Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), Manaus, AM, em novembro de 1999. Encerrou sua brilhante carreira militar como Comandante Militar do Leste passando para a reserva em janeiro de 2001.

 

Foi o General Lessa que envidou todos os esforços para que meu primeiro livro – “Desafiando o Rio-mar – Descendo o Solimões” – conseguisse o devido patrocínio e fosse publicado pela Editora Universitária da PUCRS (EDIPUCRS). Infelizmente os outros quatro (Negro, Amazonas I, Madeira e Juruá) não conseguiram apoio, até agora, de nenhum iluminado “mecenas”.

 

–  Coisas de um Brasil Perdido

Fonte: Gen Ex R1 Luiz Gonzaga Schroeder Lessa

 

Sem dúvida, estamos vivendo um período difícil no nosso país, com insatisfações generalizadas pela ausência ou fragilidade das políticas públicas, rebeldia nas ruas motivadas pela corrupção que grassa em todos os poderes da república, elevada criminalidade com absurda impunidade dos infratores pela benevolência das nossas leis, medíocre crescimento do produto interno público (PIB), inflação no teto com perda acentuada do poder aquisitivo da população em geral, saúde e educação em situações abaixo da critica e num grau de degradação nunca visto no país, programas sociais e de investimento que não deslancham e mais servem para desvio de verbas e engodo político por não solucionarem problemas ou aliviarem o sofrimento dos mais carentes, forças militares e policiais com elevado grau de obsolescência, incapazes de cumprirem as suas missões constitucionais, Amazônia deixada ao deus dará com baixíssima ação governamental e, em contrapartida, foco da ação deletéria de sofisticas ONG, muitas, a serviço de governos e instituições estrangeiras, quase sempre atuando contra os interesses nacionais e em aberta ameaça a nossa soberania; e muito, muito mais.

 

Parece que só para o governo o Brasil vai muito bem obrigado.

 

Recentemente, mais um tema ganhou a mídia e polariza o governo Dilma.

 

O Brasil, vestindo a sua face de ingenuidade, despertou do seu sonho dourado, do seu “laisser faire”. De uma hora para outra se viu invadido pela bisbilhotice da ANS, agência de espionagem dos EUA, que não hesitou em considerar como um dos seus alvos a própria Presidente da República e seus agentes mais próximos, dando origem a uma crise diplomática, que pelos ruídos na mídia, parece beirar a uma declaração de guerra aos EUA no afã de salvaguardar a honra, a soberania e a independência brasileiras.

 

Tudo bazófia com um só objetivo: melhorar a imagem de Dilma, desgastada perante o grande público, colocando-a como uma coitadinha, uma vítima, ainda que feroz defensora da soberania nacional frente ao gigante do norte.

 

Se a crise tivesse substância e fosse de fato verdadeira, já se teriam tomadas medidas diplomáticas mais severas e cancelada a próxima visita presidencial, de estado, aos EUA, evitando-se abordar uma agenda negativa, que comprometeria os nossos interesses. É despropositada e exagerada a reação brasileira, seja da Presidente Dilma, seja da diplomacia.

 

Há milênios a espionagem é uma ferramenta sempre presente nas relações entre Estados e quem não quiser ser espionado tome as devidas medidas acautelatórias, coisa que o Brasil, por inépcia dos governos, especialmente os mais recentes, se descuidou por completo e agora é pego em calças curtas. Se o governo tivesse dado um pouquinho mais de atenção a esse tema sensível teria evitados os dissabores do presente. Desde o governo Collor foram descontinuados importantes programas, mas o país ainda dispõe de razoável massa cinzenta capaz de criar os algoritmos necessários para que as suas comunicações fluam seguras, com o mínimo de interferências. Necessita, tão somente, de prioridade, recursos financeiros e de potentes computadores capazes de conduzirem as operações de cifração e decifração dos algoritmos criados ou a serem quebrados. Mas isso leva tempo.

 

Muito mais sério que o “affair” Dilma parece ser a interferência da espionagem na Petrobrás, detentora de sensíveis segredos nas explorações do mar em águas profundas, bem como as consequências nos processos licitatórios em curso que, se violados, ameaçam até mesmo a nossa soberania.

 

A verdade, nua e crua, é que o Brasil não se preparou para esse tipo de contingência e, pior, não terá uma pronta resposta para se contrapor às ameaças detectadas. Pouco ou nada podemos fazer. A guerra eletrônica nunca mereceu prioridade nacional e, como consequência, é pequena a massa crítica de que dispomos. Ainda por muito tempo, o país ficará exposto às ações de espionagem, não apenas dos EUA, mas, muito provavelmente, de outros parceiros importantes como China e Rússia. Essa vulnerabilidade nos atinge em todos os setores, inclusive Forças Armadas. É o preço a pagar pelo relaxamento, pela incúria…

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