A Portuguesa é um dos clubes mais tradicionais de São Paulo
A Associação Portuguesa de Desportos, que no inicio era Associação Portuguesa de Esporte, foi fundada no dia 14 de agosto de 1920, a partir da fusão de cinco clubes portugueses da cidade de São Paulo, que são os seguintes: Luzíadas Futebol Club, Associação 5 de Outubro, Esporte Club Lusitano, Associação Atlética Marquês de Pombal e Portugal Marinhense.
Desde sua fundação o clube conquistou vitórias no esporte, fãs, sócios do clube e torcedores sinceros.
Atualmente, com 102 anos de idade, a Lusa, apelido carinhoso que os fãs concederam ao clube, vem colecionando um título que não é dos mais nobres, ou seja, uma mancha em seu nome.
A atual diretoria não é daquelas que trás orgulho aos seus conselheiros, torcedores e sócios.
Abaixo eu explico melhor:
Atual Diretoria Executiva da Portuguesa
Antonio Carlos Castanheira
Presidente da Diretoria Executiva da Associação Portuguesa de Desportos
Denise Boni de Matos
Vice-presidente de Finanças
Dr. Daniel Neves
Vice-presidente Jurídico
Carlos Aires
Vice-presidente Administrativo e Patrimonial
Everton Calício
Vice-presidente de Comunicações
Armando Ferreira
Vice-presidente de Marketing
Jorge Freitas
Vice-presidente de Esportes Amadores, Olímpicos e Internos
Camila Castanheira
Vice-presidente Feminino e Responsabilidade Social e Ambiental
Marcos Antônio Pires
Vice-presidente Social e Cultura
Antonio Pinto Ribeiro
Vice-presidente de Futebol Integrado
Dr. Antônio Raposo Patrício
Vice-presidente de Medicina
Nesta composição, em 28 de novembro de 2018, a vice-presidente Denise Boni de Mattos foi denunciada pelo Ministério Público de São Paulo pelo crime de falsificação de documento público, sendo que o crime teria ocorrido em 2014.
Segundo a promotoria do Ministério Público de São Paulo, Denise, teria realizado a intermediação da empresa ‘Ticion Comércio de Roupas Ltda’, que precisava de Certidões Negativas para realizar alterações na Junta Comercial do Estado de São Paulo (JUCESP) com o escritório de contabilidade ‘KLG Consultores Associados’ que trataria de providenciar as tais certidões negativas, ao custo de R$ 4.000,00, e este escritório de contabilidade, supostamente, foi responsável pela fraude.
A denúncia foi formalizada pela Junta Comercial de São Paulo, que ao perceber a fraude realizou a denúncia formal ao Ministério Público de São Paulo, que prontamente pediu instauração de inquérito na Polícia Civil.
Diversos acusados foram ouvidos do decorrer deste processo, entre os quais a vice-presidente da Associação Portuguesa de Desportos, e foi observado que todos os envolvidos apresentaram depoimentos conflitantes.
Em depoimento, dia 6 de fevereiro de 2018, Solange Mostarda, que trabalhou na ‘KLG Consultores Associados’, afirmou em depoimento ao Departamento de Polícia Judiciária da Capital (DECAP) que procurou Denise Boni que, imediatamente informou ‘conhecer alguém na JUCESP que facilmente conseguiria a suposta documentação que Solange precisava, mas que o serviço custaria R$ 4.000,00.
Em 11 de maio de 2018, em oitiva policial, Denise Boni, afirmando não ter participado de fraude, apresentou sua versão da história e confirmou o que disse de Solange Mostarda, sobre a intermediação e também referente ao preço cobrado, limitando-se a repassar o serviço ao escritório de contabilidade.
As demais testemunhas ouvidas pelo DECAP alegaram novos repasses a terceiros, sem, porém, confessarem qualquer delito.
Em 03 de dezembro de 2018, a juíza Vanessa Strenger Albano, da 3ª Vara Criminal, aceitou a queixa-crime, que integrou o processo nº 0015863-84.2016.8.26.0050.
Em 04 de setembro de 2019, em ofício enviado ao judiciário, a Receita Federal confirmou a falsificação dos documentos inseridos na JUCESP.
Apesar dos diversos depoimentos, evidências e laudos comprovando a tese do Ministério Público, o juiz Leonardo Valente Barreiros, substituto da magistrada que aceitou a denúncia, entendeu não haver provas suficientes para condenar nenhum dos réus, que foram absolvidos no dia 02 de junho de 2020.
No início de agosto de 2020, penando que as surpresas tinham acabado, conselheiros da Portuguesa foram pegos de surpresa ao receberem boletos de suas mensalidades em que o cedente, em vez da Associação Portuguesa de Desportos, era uma tal “APD Gestão Financeira”, empresa que fora criada há menos de trinta dias, em nome do jovem desconhecido Lorenzo Soler Celestino, de apenas, na época, 20 anos de idade.
A empresa APD, nome que coincidentemente utilizava as iniciais da Associação Portuguesa de Desportos, recebia não apenas os boletos, mas também passou a receber toda a receita do clube, como por exemplo: pagamentos de associados, receita provinda da venda de produtos do clube, aluguéis, patrocínios, etc.
Aparentemente tratava-se de uma manobra para enganar os diversos credores da Associação Portuguesa de Desportos e também burlar as diversas ordens judiciais direcionadas ao clube e sua diretoria, além é claro da Receita Federal.
Um fato que chamou muito a atenção foi que o escritório responsável pela contabilidade da ‘APD’ era o ‘Mabe Assessoria Contábil’, que por pura coincidência, tem como sócia a Sra. Denise Boni de Mattos, vice-presidente da Portuguesa.
Ou seja, o dinheiro da Associação Portuguesa de Desportos estaria sendo operado por um empreendimento de ‘fachada’ controlado, contabilmente e, provavelmente, administrativamente, pela dirigente do clube.
Eu particularmente acho ser muita inocência acreditar que todo este processo estaria acontecendo sem o conhecimento e aprovação do presidente do clube Antônio Castanheira e dos demais membros da diretoria executiva. Mas, por enquanto, é apenas uma suposição.
Algumas questões ainda levantam dúvidas
- O Clube estaria sendo lesado financeiramente por estas manobras?
- A Vice presidente estaria cobrando honorários e/ou taxas de serviço através da sua empresa ‘Mabe Assessoria Contábil’?
- Os dois sócios de Denise na contabilidade permitiriam esse procedimento sem nenhuma contrapartida financeira?
Mas apesar dos fatos narrados, estranhamente a senhora Denise Boni de Matos ainda está na vice presidência do clube e para preencher o currículo de processos, vem mais um item.
A denúncia atual
A Promotora Alessandra Andrez C. J. Boroviski dam6ª promotoria do MPSP, está investigando mais uma denuncia, desta vez de desvio e lavagem de dinheiro dentro do clube.
A vice presidente do Lusa movimentou em uma conta pessoal, no Banco Topázio – Porto Alegre /RS, um valor de de R$ 7.442.730,00 no período de 30/12/2021 a 20/09/2022 e segundo investigações atuais do Ministério Público de São Paulo, estes valores pertencem ao clube e não deveriam estar circulando por uma conta aberta no CPF da vice presidente.
O MPSP pede esclarecimentos sobre os lançamentos realizados, com base nos extratos de Conta que estão em anexo e podem ser acessados clicando no link abaixo.
E a pergunta fica
Será que os conselheiros do clube não tem conhecimento desta sequencia de ilícitos? Ou será que sabem e são coniventes com tais ações?
Clique aqui para ter acesso ao Laudo pericial
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