Eu prometo
Eu prometo

Nelson Valente

 

Jânio da Silva Quadros, dizia: – “Se você quer ser político e desonesto, seja honesto sem ser político”.

 A transmissão da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão teve início em 21 de agosto e se estenderá até 4 de outubro: véspera de eleição, promessas em profusão. O fato é que alguns eleitores assistem com seriedade e atenção para tentar avaliar os candidatos e escolher o melhor deles para dar o seu voto; já outros assistem apenas por falta de opção ou por diversão, já que alguns candidatos se apresentam nas propagandas de forma bizarra e inacreditável, beirando o grotesco.

 Partindo da premissa de que o horário contribui para que os eleitores conheçam mais sobre os seus candidatos, consultei populares se os mesmos estão acompanhando as propostas na TV e rádio. Como resultado, a maioria afirma que a propaganda eleitoral gratuita não influencia a escolha do voto, cujo mecanismo de divulgação permanece repetitivo e superficial.

 Os candidatos a vereador e até mesmo a prefeito, afirmam que vão acabar com a “promoção automática”, “aprovação automática”, “progressão continuada”. Será que “eles” têm conhecimento que se trata de uma Lei Federal ?  O artigo 32, parágrafos 1º e 2º, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN nº 9394/96. Como pode uma lei do Congresso ser corrigida por instrumento de menor hierarquia?. Pode ser mais uma prova de boas intenções ( de que o inferno anda cheio).

 Se é verdade que o homem só se torna homem pela educação, todos devemos estar empenhados na sua melhoria.

 O regime foi adotado no governo de Luíza Erundina, através de seu secretário Municipal de Educação, professor Paulo Freire, na época, ambos do Partido dos Trabalhadores (PT/SP).

 Os debates se sucedem e nem sempre as teses são renovadas. Repetem-se conceitos e reclamações, como se a educação brasileira fosse mesmo um imenso e monótono realejo. Entretanto, o que era para ser um tempo dedicado para que o eleitor conhecesse um pouco mais sobre os candidatos, acabou virando um símbolo deperda de tempo e enganação.

 A cada eleição, o eleitor se depara com propagandas políticas onde os candidatos apresentam uma série de promessas que nunca chegam a ser cumpridas. Por conta disso, o horário eleitoral vem perdendo credibilidade junto à população, que prefere mudar de canal ou fazer outra atividade, ao invés de assistir meia-hora de propaganda política. Com boas frases ou intenções de natureza lírica não se chegará a bom termo, no esforço de renovação de nossa educação.

 A educação brasileira precisa ser urgentemente repensada, no bojo de uma grande reforma social. Mas enquanto as questões mais simples não forem devidamente resolvidas pela “burocracia do MEC” parece que continuamos na firme disposição de enfrentar os grandes problemas educacionais através do discurso bonito, inflamado, sem consistência. É por isso que a educação brasileira continua a ser um triste pesadelo em todo o território nacional. Educação de péssima qualidade em todos os níveis e modalidades de ensino.

A política é como uma nau sem rumo, navegando ao sabor dos ventos, despertando a insânia de uns e a loucura de não muitos.

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Nelson Valente  é jornalista, professor universitário e escritor. Pesquisador nas áreas de psicanálise, comunicação, educação e semiótica. É mestre em Comunicação e Mercado e doutor em Comunicação e Artes. O autor também é especialista em Legislação Educacional, Psicanálise,Teoria da Comunicação e Tecnologia Educacional e já publicou 16 (dezesseis) livros sobre o ex-presidente Jânio Quadros e outros sobre educação, parapsicologia, psicanálise e semiótica, no total de 68 (sessenta e oito) livros e alguns no prelo. Ex-presidente da Academia Blumenauense de Letras/ALB, Acadêmico. Membro da Sociedade dos Escritores de Blumenau/SEB

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