Lino Tavares

Os que me honram com sua leitura nos diversos veículos impressos e virtuais  em que escrevo devem ter percebido que costumo me reportar sobre matérias de articulistas dotadas de substância útil para esclarecer verdades hoje sufocadas pelo império da mentira, adotado por governantes e gente da mídia mercenária para ludibriar a boa fé desse “povão” inculto e facilmente manipulado com o engodo das migalhas falsamente rotuladas de programas sociais. Dessa vez,  me proponho inserir no contexto desta matéria um artigo de minha própria autoria, intitulado a “Suprema Cortesã”, comparando nossa corrompida Suprema Corte àqueles antros de prostitutas de alto luxo da Idade Média, sustentados pela monarquia absolutista,  para servir exclusivamente aos apetites lascivos dos donos do poder.

Quando publiquei a referida matéria, houve quem me dirigisse mensagem dizendo que eu exagerava na dose, negando ao STF a possibilidade de provar o contrário e colocar por terra os tais embargos infringentes então acatados  – razão de ser da minha crítica –  mantendo na plenitude a condenação de todos os réus do mensalão e o  consequente cumprimento das sentenças relativas ao quesito formação de quadrilha, que previa pena em regime fechado, entre outros,  para o o xerife mor do esquema criminoso José Dirceu e seus colaboradores mais próximos José Genuíno e Delúbio Soares.

Fica provado agora que não houve exagero algum na minha colocação, haja vista a decisão nauseabunda da Suprema Corte, reformulando a sentença para abrandar a pena de oito dos facínoras da operação lesa pátria, livrando-os daquilo que se pode chamar de cadeia propriamente dita e permitindo-lhes, com isso, rirem dos que um dia acreditaram (modéstia à parte, eu nunca acreditei),  que passariam alguns anos de suas vidas emporcalhadas vendo o sol nascer quadrado, como acontece com quem rouba uma galinha ou mata um tatu, ainda que para saciar a fome de familiares famintos.  Ratificando tudo o que falei, na matéria que vem a seguir, digo agora, alto e bom som, sem nenhuma sensação de desrespeito para com essa instância de poder que virou “casa de tolerância” do Poder Executivo, que qualquer dona de bordel não estará cometendo nenhum disparate se chamar de “nobre colega” qualquer desses paus mandados travestidos de ministro da Suprema Corte que votaram por essa decisão canalha, caracterizando um conluio jurídico que batizo aqui com o nome de “Formação de Quadrilha da Suprema Corte”

Justiça-dormindo

Suprema Cortesã  

Lino Tavares              

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Quando a Suprema Corte anunciou a condenação dos réus do mensalão, não vi nesse ato nada que pudesse me deixar otimista em relação à possibilidade de uma mudança de rumo da “Nau Brasil”, que ora navega à deriva no mar turbulento da ‘desgovernança’ e da corrupção. Nem os arroubos quixotescos do Ministro Joaquim Barbosa, encenando impiedade aos réus, conseguiram me causar um mínimo de entusiasmo, pois não acredito em mudança de mentalidade da noite para o dia, principalmente em se tratando de marmanjos de cabeça feita que se locupletam nas benesses do poder. Não consigo fingir que não me dou conta de que “Dom Quixote Joaquim” foi levado a ocupar uma cadeira no STF pelas mãos sujas de  Luiz Inácio Lula da Silva, que o indicou para o cargo.  Isso por si só já seria motivo suficiente para duvidar de sua sinceridade de propósitos. Afinal, ninguém é  amigo de bandido impunemente. Como se não bastasse, o suposto “algoz dos mensaleiros” tem em seu histórico o fato de haver votado pela permanência no Brasil do ativista assassino Cesare Battisti, mesmo sabendo tratar-se de um fugitivo condenado à prisão perpétua na Itália, que havia ingressado no Brasil com passaporte falso, burlando a vigilância da diplomacia brasileira.

É possível que alguém ache que estou sendo injusto com o ministro Joaquim Barbosa que, aos olhos de muitos, afigura-se como alguém que “fez das tripas coração”, para levar a bom termo a decisão que culminou com a condenação dos chamados “mensaleiros”. Só que essa condenação teve como finalidade principal desfigurar a tese de que neste país não se punem figurões do crime do colarinho branco. Por outro lado, todos os ministros do STF sabiam – inclusive Joaquim Barbosa – que nos escaninhos da Suprema Corte jazia uma ‘letra morta’ chamada “Embargos Infringentes”, plenamente ressuscitável, posto que ninguém havia assinado seu ‘atestado de óbito’, talvez até de caso pensado, para que essa ‘carta guardada na manga’ pudesse ser usada,   como foi agora, livrando de ir para a  cadeia quem já deveria estar lá há bastante. tempo.

Quem assistiu às duas horas de depoimento do ministro Celso de Mello, tentando vender a ideia de legitimidade do abominável recurso que dá sobrevida a 12 réus do mensalão deve ter percebido a total apatia dos demais colegas da Corte, inclusive do irrequieto Joaquim Barbosa, que não esboçaram o menor gesto, no sentido de contraditar as xurumelas de quem ‘advogava’ a serviço do “crime organizado”, da “formação de quadrilha” e do “assalto canalha” aos cofres do tesouro nacional.

     Mas, com um pouco de bom humor, em consonância com o dito popular “rir para não chorar”, dá até para dizer que nem cadeia os patifes “pistoleiros de aluguel” do impune “mandante do crime”, Lula da Silva, faziam por merecer. Afinal, sábio é o provérbio que diz que “cadeia foi feita para os homens e não para os cachorros”.  Finalmente, a julgar pela ‘libertinagem jurídica’ que se instalou no mais alto escalão da Justiça brasileira, não estará cometendo ‘ato falho’ quem chamar nossa atual Suprema Corte de Suprema, Suprema “Cortesã”.

1 thoughts on “Formação de Quadrilha na Suprema Corte

  1. Fernando Silvestri says:

    Sr. Lino Tavares, parabens concordo plenamente com tudo que falastes realmente nosso STF é de envergonhar o cidadão de bem deste Pais.
    Abraços.

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