Lino Tavares

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Nada pode ser mais cínico e falso do que ver um hipócrita atirando pedra em outro hipócrita. Eu não aplaudo a atitude de Roberto Carlos fazendo propaganda da carne Friboi. Não porque ele seja vegetariano e tenha dito que deixou de ser, até porque, para assumir essa atitude, eu teria que criticar todos os outros comerciais, que envolvem  pessoas famosas, nos quais fica latente que tudo o que dizem, no tocante ao consumo pessoal do produto veiculado, é a mais pura encenação. Acho que o pecado do Rei não está no teor da mensagem, mas na origem do produto que vem levantando suspeitas, com fundo de verdade, porque não foram contestadas, de que a Friboi seria mais um dos complexos empresariais “Brastemp” (lavadora), usado para lavagem de dinheiro proveniente de corrupção, tendo por detrás de si o novo milionário do clã Lula da Silva, “Sua excelência, o Lulinha”.

RC Friboi

O que me causa espécie, nessa história, é ver gente relativamente famosa – bem abaixo da fama de Roberto Carlos – tentando tirar uma casquinha desse comercial, para subir um degrauzinho a mais na escada da fama, onde já chegaram até onde poderiam chegar em função do limitado talento (se é que tem algum) que Deus lhe deu. Uma dessas criaturas (como diria o irrequieto Félix, da novela passada) é o cidadão Regis Tadeu, que procura dar uma de bom moço, tentando desmerecer a carreira do mais famoso cantor brasileiro, algo que chega às raias do ridículo, porque seria como tentar dizer que o Zeca Pagodinho, maior ídolo do pagode,  é um fracassado musicalmente só porque faz propaganda de cerveja, contrariando as campanhas contra o consumo de álcool.

Por outro lado, esse moço que senta no Júri do Raul Gil e trata com grosseria jovens calouros e colegas da comissão julgadora, me provou recentemente ser um tremendo mal educado, dirigindo-me palavras ofensivas, só porque declinei que me sentiria honrado se porventura figurasse, nem que fosse por um dia, no júri de TV em que ele ocupa uma cadeira, julgando-se o mais iluminado do grupo,  embora a seu lado sentem figuras glorificadas do cenário musical brasileiro, como o grande produtor, compositor e descobridor de talentos José Messias. Eu disse isso, querendo ressaltar a importância do Júri, que tinha em seu elenco a ex-vedete e atriz Marly Marley, recentemente falecida, com o intuito de homenageá-la, como fiz no artigo que escrevi  enaltecendo sua trajetória artística.

Leiam o que esse jurado que o Raul Gil chama de “Bode velho” diz nesse texto – querendo ser mais realista do que o Rei – e observem a contradição grosseira que ele comete, despedindo-se de Roberto Carlos com um abraço no homem (denotando-lhe apreço pessoal)  e não no artista,  sem se dar conta de que, antes disso, criticou a pessoa do cantor, trazendo à baila de forma desumana a sua deficiência física –  como se isso fosse um defeito – e levantando questão sobre hipotéticos procedimentos cirúrgicos feitos pelo artista em benefício da boa aparência, além de criticá-lo duramente pelo fato de haver processado quem escreveu a biografia do cantor, sem a sua autorização.

Clique aqui e veja na íntegra a matéria que comentei

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