É lamenável que na véspera do Dia da Pátria – 7 Setembro – outrora tão focado no passado glorioso que culminou com a nossa emancipação política, a presidente Dilma, que nos seus tempos de militante guerrilheira de extrema esquerda muito lutou para entregar essa conquisa à ditadura comunista do Leste europeu, tenha comparecido à televisão, em rede nacional, não para rememorar e reverenciar a histórica data, mas para gabar-se de forma politiqueira de coisas que o seu entravado governo só fez na propaganda enganosa veiculada na mídia cooptada.
Essa atuação desprovida de civismo da chefe da nação frente às câmeras mais parecia uma “edição extra” da propaganda eleitoral gratuíta, algo que se assemelhava, em tudo, àquilo que ela tem praticado na propaganda política do PT, inerente às eleições municipais, fazendo as vezes de cabo (talvez, no caso dela eu devesse dizer caba) eleitoral de sua agremiação partidária, o que, se não é ilegal,contraria os mais elementares princípios da ética, posto tratar-se da representante maior de todos os brasileiros e não de uma facção políica.
Acresça-se a essa desfaçatez às “bondades governamentais” de véspera de eleção, escancaradas no anúcio recente de redução nas tarifas de energia elétrica e outras medidas eleitoreiras de ocasião, anunciadas pela presidente, “com pompa e circunstânia”, a cerca de um mês das eleições municipais.É por isso que hoje nos deparamos com manifestações de desencanto, em relação à “Pátria amada idolatratada… Salve… Save !”, como essa intitulada “Cadê Você”, do General Valmir Azevedo, questionando a indefença de nossos compatriotas em relação ao que hoje acontece neste país, estruturalmente debilidade no seu arcabouço jurídico e institucional.
CADÊ VOCÊ
Procura – se, desesperadamente, o cidadão de respeito.Cadê você que tem vergonha na cara, que fica indignado com a
injustiça, que deplora o mau caráter, que clama por honestidade e por
dignidade?
Cadê você que ama a Pátria, que abre o peito para entoar o Hino
Nacional, que se ufana ao ver a Bandeira ser hasteada e tremular no
seu mastro?
Cadê você que julga que o mérito é o diferencial das pessoas, e que os
mais capazes e dedicados deveriam subir com dignidade nas escalas do
sucesso humano?
Cadê você que tem um mínimo de capacidade de julgamento, e que ao
constatar que foi enganado não tem ânimo, nem coragem, nem hombridade
ou se mulher, a fibra feminina de dar um basta na hipocrisia e na
mentira?
Cadê você, rico ou pobre, mal ou bem nascido, que durante a sua vida
pautou sua conduta na correção, respeitou a quem merecia, e acreditou
que seguindo o bem e afastando o mal poderia ter uma vida justa?
Cadê você, pai que busca preservar e ensinar aos seus filhos a conduta
exemplar, os bons costumes, e que os valores e atitudes dignas ainda
não foram expurgados?
Cadê você?
Cadê você que está tão sorumbático, que assiste a tantas patifarias e
que calado dá a impressão de que aplaude aos cretinos e suas
cretinices?
Cadê você que parece aceitar o lixo humano como o seu mestre?
Cadê você que no seu silêncio tornou – se conivente por sua
inexplicável ausência de reação?
Cadê você que se tornou amorfo e semimorto moralmente, e que
beneficiado por isenções periódicas de IPI, paga as duras prestações,
eletrodomésticos, carrinhos de parcos recursos tecnológicos, mas de
altíssimos preços, e que maravilhado com as esmolas, é capaz de calar
– se diante de qualquer vilania.
Cadê você que não ficou inebriado com a desculpa de que eles são
infames, mas que concedem a você bolsas, benesses, e, portanto estão
acima do seu reles julgamento moral?
Cadê você? Cidadão de boa conduta, pai exemplar e dedicado,
trabalhador honesto, que assiste a um festival de embromação na
televisão, que vivencia impassível à promessa de que no futuro seremos
autônomos em petróleo, em etanol, etc?
Cadê você que não acredita que a nossa inflação mensal persiste no
0,0000 e qualquer coisa?
Cadê você, branco, amarelo, mestiço, azul ou vermelho, que será
atropelado pelas cotas raciais no ingresso nas universidades?
Cadê você, que gosta de futebol, mas que nitidamente já concluiu que o
esporte bretão é o circo que alegra os sem destino e pobres de
espírito?
Cadê você que vive nas sombras, que tem receio de aparecer, que está
sendo esmagado pelo “politicamente correto”, desvãos morais incutidos
na sociedade, paulatinamente, e que consagraram a família gay como um
dos segmentos nobres da nossa sociedade.
Cadê você, incógnito na multidão da estrumeira colossal que conspurca
o imenso Brasil?
Cadê você, verdadeiro zero à esquerda, escondido na sua calada
insatisfação, que sabe que no julgamento do Mensalão existe um sujeito
não tão oculto que não foi arrolado entre os acusados?
Cadê você? Você não está sozinho, milhares de brasileiros deploram a
impunidade, acreditam nos direitos e cumprem os seus deveres.
Cadê você?
Junte – se a nós, nas praças, nas ruas e em alto e bom som brade o seu
repúdio, denuncie o quanto você deplora os rumos caóticos, não apenas
econômicos, mas da falta de princípios que assolam esta Nação.
Cadê você que estava em greve de silêncio, que calado seguia fielmente
a cartilha da omissão e da conivência?
Rompa com os grevistas e mãos a obra.
Na Semana da Pátria, você será muito bem vindo irmão brasileiro.
Valmir Fonseca Azevedo Pereira
General de Brigada Reformado
Da redação em 06/09/2012 às 22:50
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Lino Tavares é jornalista diplomado, colunista na mídia gaúcha e catarinense, integrante da equipe de comentaristas do Portal Terceiro Tempo da Rede Bandeirantes de Televisão, além de poeta e compositor
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Primeiramente uma ótima matéria, e parabéns alguém precisa escrever e desenhar para o pessoal das emissoras de TV a forma correta de falar e escrever como você fez muito bem, a Presidente e não presidenta que não existe,parabéns mesmo.
Bom dia (sábado)
Também me manifestei a respeito do discurso de nossa Presidenta Dilma no meu Blog Maturidade.
Contudo, concordo parcialmente, com estes conceitos.
Particularmente vejo no Partido dos Trabalhadores um engano porque, no poder que conquistado com suas ‘lutas’ somente nos contemplou com endividamentos sociais.
Contudo, o resultado das pesquisas – até mundiais – nos atestam que o Brasil alcança uma projeção jamais alcançada e neste ponto é minha discordância ao texto tanto teu, Lino, quanto do General.
Isso não significa dizer que vivemos àquela realidade. Claro que não!
Nosso dia a dia é, a bem da verdade, muito diferente de discursos, promessas, esperanças que nunca existiram e servem, como dizes, para impulsionar candidaturas.
Maria Marçal – Porto Alegre – RS
Poder-se-ia esperar outra coisa? Pergunto eu. Tenhamos como exemplo a conduta dos afiliados do Partido, que na renúncia a canditado a prefeito de Osasco, após declarado culpado pelo supremo, fizeram uma barricada humana impedindo os meios de comunicação de saber pelo menos a versão de João Paulo, em tempos idos teriam esses petistas atirado pedras e feito uma manifestação que paralisaria Osasco,fosse o João Paulo de outro partido. Vamos abaixar o preço da energia, vamos investir em ferrovias, vamos isso vamos aquilo…mas não vamos agir com ética, lia eu na VEja que todos aqueles que de alguma forma não pactuaram com o esquema do mensalão ou de alguma maneira colaboraram para esse escândalo ser de alguma exposto, estão hoje a margem da sociedade, perseguidos, ameaçados, coagidos e o governo nada faz para preserva-los. Isso não lembram as politicas facistas da extinta cortina de ferro, ou mesmo as ações de silenciamento dos nossos anos de chumbo?