Aécio Cesar
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Morrer para nós seria tarefa assim tão fácil? Seria, pois, tão somente fechar os olhos e esperar sermos socorridos pela legião de amigos espirituais? Mas será que estamos à altura desse socorro? Do mesmo jeito que temos que aprender a viver, temos obrigação de saber também como morrer.
Sei que o assunto é por demais indigesto para pessoas ainda encarceradas nas masmorras da carne que se limitam a pensar, a falar e a comentar assuntos desse teor. Reconheço isso muito bem. Contudo temos que saber que o Além é continuidade dos víveres humanos da Terra e se na Terra existe o bem e o mal convivendo juntos, creio que no mundo espiritual também haja pessoas boas e más que aguardam o nosso retorno para auxiliar quanto para nos escravizar.
Dr. Bezerra de Menezes esteve presente ao desencarne de Adelaide, a serva leal a Jesus relatado por André Luiz pela mediunidade de Chico Xavier no livro: “Obreiros da Vida Eterna”. Mesmo equipada de virtudes mantenedoras de paz nesse momento de liberdade, sentia-se bastante triste e ansiosa. Diante da agonia tão visível para o médico dos pobres, disse-lhe para tentar apaziguar o coração: “Morrer é muito mais fácil que nascer. Para organizar, na maioria das circunstâncias, são precisos, geralmente, infinitos cuidados; para desorganizar, contudo, basta por vezes leve empurrão”. De fato é significante tal citação, mas creio que seja um pouco difícil, nesse sentido, para milhares de almas que não aprenderam sequer a viver quanto mais para morrer. Se a morte é libertação para a vida, o que fazer para aqueles que acreditam que a morte é apanágio para o Nada ou que dormiremos toda a eternidade no sentido de só acordarmos para o dia do Juízo Final que não acontecerá, ou também, que seremos recebidos com ovações fraternas por nada termos feito no sentido de as merecer? Muito se tem que ser mais bem elucidado nesse sentido e é uma pena que as religiões do mundo, não tem esse sagrado objetivo.
O que foi falado pelo Dr. acima citado não é exclusividade de poucos. Todos nós teremos chances de receber a palma da paz se conseguirmos, a partir de então, esclarecer melhor acercas de pontos de vistas anuviados por representantes de Igrejas ainda vivendo do passado.
Ainda temos muito que desapegar. Não que afastaremos de vez dos parentes e amigos deixados na Terra, mas deixar com que o sentimento fale mais alto sem nenhuma perspectiva de posse ou de domínio.
Por isso que o Dr. Bezerra de Menezes disse a Adelaide: “Quando for chamada não olhe para trás”. Não façamos qual a mulher de Lot transformada em estátua de sal por ter olhado para trás mesmo sendo avisada pelo seu marido e que não é para nós um símbolo inexpressivo.
Façamos nossa parte nesse sentido. Descruzemos os braços. Falemos, mas estudemos também. Para quando chegar a nossa hora, possamos simplesmente singrar para a Vida Eterna sem que pensemos em olhar para trás. Concorda comigo, Leitor Amigo?