O Inferno Soteropolitano
O Inferno Soteropolitano

Lino Tavares
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Durante uma estada de oito dias que passei em Salvador, na Bahia, no início de dezembro do ano passado, pude sentir os efeitos da má gestão pública que hoje impera na “Boa Terra”, nos mais diversos setores da administração pública. O trânsito da capital baiana, por exemplo, acha-se transformado num dos piores das grandes metrópoles brasileiras. Para ter uma idéia, atente-se para o fato de que, viajando de táxi do Sol Barra Hotel, próximo ao Farol da Barra, para participar de uma cerimônia de formatura na Escola de Formação Complementar do Exército, no bairro Pituba (cerca de 30 quilômetros) saí duas horas antes do início do evento e lá cheguei com meia hora de atraso.
Numa das várias paradas dos engarrafamentos, perguntei ao motorista se fazia muitos anos que o trânsito de Salvador estava caótico assim, ou se aquilo era um fenômeno recente.  Respondeu-me, sem vacilar,  que praticamente o problema começou a se fazer sentir a partir do momento em que o PT passou a ocupar os postos chaves da administração baiana a nível estadual e municipal. E, sem que lhe fosse perguntado, acresentou espontaneamente que, apesar de tudo quanto se falava da ‘Era ACM’ (referindo-se ao período de poder do DEM  – antigo PFL –   liderdo  por Antônio Carlos Magalhães), os baianos já começavam a sentir saudade do governo que tinham antes.
Pensei seriamente sobre tudo isso que o taxista falou,  mas não cheguei a formular um juízo definitivo sobre a administração petista na Bahia, porque seria leviano de minha parte adotar como verdade absluta algo que foi dito por uma só pessoa, cuja preferência político-partidária eu ignorava. De repetente, esse motorista poderia até ter sido um “cabo eleitoral” do tempo em que, para os baianos “era Deus no Céu e o ACM na Bahia”.
Mesmo assim, na minha curta passagem pela cidade de Caetano e Maria Bethânia, pude observar que muita coisa não andava bem por lá. No hotel em que estive hospedado, de classificação quatro estrelas, um dos elevadores (só existem dois) passou a maior parte do tempo quebrado, resultando filas de hóspedes no outro que estava em funcionamento. Os táxis, no mês de dezembro, rodam com bandeira 2 durante às 24 horas do dia, amparados por uma lei municipal que lhes permite cobrar mais nesse período, a título de 13º salário, como se prestador de serviço público autônimo estivesse amparado pela CLT para  cobrar o “Abono de Natal”  de sua clientela.
Agora, juntando o que me falou aquele taxista com o que pude  perceber pessoalmente em Salvador e o  estado de insegurança vivido pelos soteropolitanos, motivado pela greve policial decorrente da incompetência do governo baiano em administrar sua força pública, não tenho nenhuma dúvida de que o “efeito PT” na Bahia está sendo devastador. Aliás, no Rio Grande do Sul, ele também já começa a se fazer sentir. O CPERS Sindicado que o diga, ora descontente pelo fato de o governador Tarso Genro ter encaminhado à Assembleia Legislativa sua minguada proposta de aumento do Magistério, sem sequer ouvir os representantes da categoria. O que demontra, aliás, que sua recente visita a Cuba não foi em vão, já que deve ter aprendido com o “companheiro Fidel”, que no jeito bolchevique de governar “manda quem pode e obedece quem precisa”.

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Lino Tavares é jornalista diplomado, colunista na mídia gaúcha e catarinense, integrante da equipe de comentaristas do Portal Terceiro Tempo da Rede Bandeirantes de Televisão, além de poeta e compositor

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