Maria Marçal
“Voe boba ave marinha
Nenhum sonho pode lhe possuir
Nenhuma voz pode lhe culpar
Pelo sol nas suas asas
Meus parentes gentis
Tem nomes dos quais precisam me chamar
Por amar a liberdade
De todas as coisas voadoras
Meus sonhos com o voo das gaivotas
Fora de alcance…”
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Parte da canção Free As A Seagull – Ernest Cortazar
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Quando minha filha ainda era pequenina, talvez com uns cinco aninhos, me preocupava saber se ela teria desenvoltura, se seria como eu, comunicativa, sociável, aliás, justiça seja feita como meu ex-marido também o era.
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A ideia de criar uma pessoa com medo da vida, tímida, me impulsionou a inscrevê-la num curso de teatro no Centro de Cultura Mário Quintana, bem perto de minha casa.
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E eis que a Maria Júlia se destacou na escolinha… Posteriormente mostrou sua sociabilidade também no convívio com seus amigos e percebi que meu intento foi vitorioso. Sempre acompanhada de muitos que a querem bem, falando, tendo iniciativa, sabendo se posicionar, lutando pelo certo.
Nesse domingo passei o dia com meus primos.
Num ambiente acolhedor, meu primo Carlos fez um bacalhau. Eu levei um prato com atum e fiz pudim.
Por alguns momentos pensei: como é bom a gente ser sociável!
Que prazer – indiscutivelmente salutar – é ficarmos horas e horas batendo papo… falando sobre tudo e todos… rindo… relembrando… fazendo planos futuros, embarcando em navios ilusórios que navegam pelas águas tranquilas da vida.
As pessoas deveriam exercitar junto aos amigos, parentes, família, com maior assiduidade, este lado sociável de viver.
Muitos passam um final de semana recolhidos em suas casas, seus quartos, deixando de estabelecer a troca colorida da vida.
Nesse domingo que ora finda façamos um brinde as tentativas de abrir as asas …
Que bom a gente poder falar… discorrer com leveza nossos aprendizados.
A arte do bem se relacionar repercute no estado de espírito. Jamais diminui, sempre soma.
E com essa liberdade que surge pela convivência múltipla e expontânea, pela vontade de voar alto com outras pessoas, pelo ânsia de não percorrer caminhos na solidão dos medos é que descobrimos que o nosso lado sociável é e será sempre o condutor das felizes surpresas que a vida nos oferece.
Obrigada meus queridos e maravilhosos primos, Maria Helena (Lena), Eneida, Carlos e sua adorável esposa, Carmem, também aqui considerada ‘prima’.
Ficam os registros desse dia tão especial
Agora finalizo com esta bela música que simboliza a liberdade de voar socialmente