Aécio Cesar

 

Existiriam realmente os demônios ou são apenas lendas folclóricas que ainda se encontram bastante enraizadas no meio religioso humano? Numa das acepções desta palavra, muitos religiosos ensinam que estes demônios foram criados à parte da Criação de Deus. Mas, em que sentido? Será que o Magnânimo Senhor dos Universos criaria entidades perversas para atazanar ainda mais a vida de espíritos que se encontram desterrados na Terra à procura de uma solução salutar para os seus problemas?

Os Demônios 1

Neste sentido, vamos ver o que nos relata Padre Hipólito vendo a inexperiência de André Luiz no livro: “Obreiros da Vida Eterna”, psicografado por Chico Xavier: “Como você não ignora, as igrejas dogmáticas da Crosta Terrestre possuem erradas noções acerca do diabo, mas, inegavelmente, os diabos existem”. Devemos analisar aqui que o padre não está se dirigindo àqueles diabos que disse que foram criados à parte da Criação. Vejamos a sua conclusão: “Somos nós mesmos, quando, desviados dos divinos desígnios, pervertemos o coração e a inteligência, na satisfação de criminosos caprichos…”. Mais acertada explicação, impossível. Se o Espírito ao reencarnar traz consigo virtudes e vícios que arrecadou da sua última existência, é natural, convenhamos que quando desencarnar, esse mesmo espírito chegará ao Além com as virtudes e vícios alimentados na sua última reencarnação. Como sempre digo a morte não transforma ninguém em anjo.

Milhares de seres humanos gostam de jogar a culpa de suas viciações aos demônios, como se fossem eles, os culpados da nossa desdita. Mas, e o nosso livre-arbítrio, como fica? Se hoje somos cônscios de tudo o que fazemos, como ficaremos nós perante a nossa consciência? Certamente ela nos cobrará pela invigilância dos nossos atos, forçando-nos, através do remorso, a pagar as dívidas contraídas.

Assim sendo, as Igrejas na sua maioria, afirmam categoricamente, a existência dessas entidades para forçar seus fieis a não abandonarem a Igreja. É o tal pensamento que diz: “Fora da Igreja não há salvação”. Mas a Igreja em si não salva ninguém. Ela poderá, sim, esclarecer seus fieis quanto aos erros que deveremos ressarcir, contudo, o que salva mesmo o homem é a caridade que pratica.

O que valeria mais para Deus: um fiel que vai a igreja todos os dias, debulhando seu terço ou cantando hosanas, ou aquele outro que renuncia aos prazeres do mundo agradecendo ao Criador pelas oportunidades de acolher nos braços os irmãos desgraçados do caminho? É evidente que tanto Deus quanto Nosso Senhor Jesus Cristo abençoam mais diretamente aqueles seguidores que aprenderam, na prática, os Seus ensinamentos. Que levam consolo e esperança aos corações enrijecidos pela dúvida e, concomitantemente, pela descrença que vem logo em seguida.

Devemos, então, ajuizar os nossos sentimentos, pois aqueles anjos decaídos do Paraíso, ou seja, os demônios nada mais são que todos nós em carne quanto em espírito. Até quando? Cada um de nós saberá perguntar a si mesmo o momento de sair das Trevas para a Luz. Concorda comigo, Leitor Amigo?

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