Aécio Cesar

 

Mas será que essas impressões só nos levam a crer apenas em sofrimentos, em ranger de dentes, em dores angustiantes para o Espírito? De fato, cada impressão se desenvolve em ângulos que ainda somos neófitos em considerar os tais nesta empreitada.

Vamos ver o que André Luiz nos narra, no livro: “Obreiros da Vida Eterna”, pela mediunidade de Chico Xavier, agora com o recém-desencarnado Dimas. O caso dele é diferente dos outros aqui narrados em edições posteriores. O ex-médico queria perguntar a ele suas primeiras impressões. Vejamos: “Sente ainda, os fenômenos da dor física? Respondeu ele: Guardo integral impressão do corpo que acabei de deixar. Ao desejar permanecer ao lado dos meus, volto a experimentar os padecimentos que sofri…”. Aqueles que têm a possessiva vontade de não deixar os despojos do corpo físico sofrem muito nos planos espirituais. Segundo o que receberam de ensinamentos religiosos quanto familiares, o sofrimento aumenta quando em carência de cada um deles. Daí a importância da assistência direta dos pais aos filhos que regressam para o mundo das formas físicas. Agora, se os pais não cultivaram as virtudes do bem, difícil a jornada destes filhos serem iluminada com as bênçãos da cristandade em seus corações.

Mas será que essas impressões só nos levam a crer apenas em sofrimentos, em ranger de dentes, em dores angustiantes para o Espírito?

E continuando com a sabatina, perguntou a Dimas: “E os cinco sentidos? Respondeu ele: tenho-os em função perfeita”. Aqui temos uma ressalva. O perispírito continua a ter as sensações que tinha quando ligado a um corpo físico. Por isso, se um homem é mau ou bom, quando se desliga do corpo físico continuará a ser bom ou mau. A morte como sempre digo, não transforma homens em santos. Tem uma longa jornada a atravessar para conquistar as benesses de uma paz de consciência do dever cumprido.

Vejamos outra passagem da conversa: “Sente fome? Respondeu ele: Chego a notar o estômago vazio e ficaria satisfeito se recebesse algo de comer, mas esse desejo não é incômodo ou torturante”. Aqui é uma das passagens que com certeza muitos estudiosos passam despercebidos. O perispírito sente fome. E se sente fome, o seu organismo funcionará ainda igual quando estava ligado ao corpo físico. Muitos confrades mais ortodoxos não aceitam tal situação, embora reconheçam a existência deste corpo espiritual, denominado assim por Paulo.

Diante do exposto até aqui, devemos refletir o quanto nos falta para compreendermos melhor a nossa situação no Além, analisando a nossa vida corriqueira enquanto mergulhados no fardo pesado do corpo físico. A vida continua depois que passarmos as brumas da morte. Não há nada de miraculoso ou de maravilhoso que impeça que a Lei do Progresso nos envolva em suas diretivas. Todos nós estamos no lugar certo, com as pessoas certas e com o fardo respectivos às nossas faltas a serem revistas. Nada mais, nada menos. A beleza da Criação está nos olhos e no coração daqueles que já os tem, por merecimento, para reverenciá-la como se deve. Estamos entendidos, Leitores Amigos?

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.