Mesmo com o avançar da idade e as transformações sofridas pelo corpo é possível manter a qualidade de vida sexual
“A população mundial está envelhecendo. A estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU) é de que, em 2050, o número de pessoas com mais de 60 anos ultrapasse a casa dos dois bilhões. No Brasil serão
mais de três milhões. Felizmente a medicina acompanha essa evolução, agregando mais qualidade de vida àqueles que envelhecem. E aí inclui-se também uma atividade sexual satisfatória. Por isso, desvendar os mistérios do sexo e a sua influência no bem-estar sempre estiveram em pauta.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), desde 1990, usa a prática sexual como um dos parâmetros para medir a qualidade de vida de uma população. “Hoje se sabe que fazer sexo seguro, freqüente e prazeroso pode ser uma ótima forma de manter-se com boa saúde e vitalidade. Ele também é capaz de aumentar os níveis de adrenalina e endorfinas, substâncias relacionadas ao bom humor, à disposição física, à resistência à dor e à sensação de bem-estar geral”, diz Mariana Maldonado, ginecologista e sexóloga, do Rio de Janeiro.
Estatísticas mundiais confirmam que 70% dos homens acima de 70 anos ainda mantêm relações sexuais e, aos 80, uma em cada 10 pessoas estão ativas sexualmente. No Brasil, uma pesquisa com sete mil pacientes de 65 a 90 anos, feita por vários médicos, mostrou que os idosos não estavam interessados em manter um grande número de relações sexuais, mas sim em ter relações de boa qualidade, priorizando carinho e
atenção. “Amor e sexo estão relacionados e as pessoas mais velhas não querem o sexo pelo sexo. Elas estão em busca de afetividade”, argumenta o geriatra Luiz Freitag, autor do livro Como Transformar a Terceira Idade na Melhor Idade (Editora Alaúde).
O corpo da mulher O organismo feminino sofre constantes transformações ao longo da vida: Da primeira menstruação na adolescência, passando pelos ciclos menstruais, gravidez e, por fim, a menopausa. Este último estágio, que ocorre por volta dos 50 anos, marca a parada de funcionamento dos ovários, ou seja, põe fim às menstruações e à capacidade reprodutiva da mulher. Porém, o corpo também sente outras modificações: a vagina fica mais seca, perde um pouco de elasticidade e tônus e pode ocorrer algum desconforto nas relações sexuais. “Isso é natural, não significa um problema. E nada que um bom gel lubrificante não resolva”, afirma a médica ginecologista e sexóloga Ana Paula Junqueira Santiago.
Segundo a especialista, às vezes nem é preciso recorrer a qualquer produto, porque a própria libido, ou o desejo pelo companheiro, é capaz de proporcionar a mesma lubrificação – que pode diminuir depois da
menopausa, mas não cessa. Em determinados casos, a reposição hormonal é uma alternativa para reduzir os desconfortos físicos.
“O problema mais comum nesse período é a redução do desejo. Mas a mulher precisa compreender que a resposta sexual nesta fase é mais lenta e, por isso, precisa se adaptar e dar um tempo a mais ao corpo.
Se levar estas mudanças a seu favor, vai começar a descobrir uma resposta sexual talvez melhor do que tinha anos antes”, explica Ana Maria Junqueira.Todo este processo de amadurecimento pode ser revertido para uma vida muito mais feliz. “A dica é perceber e aproveitar esta ‘liberdade sexual’, já que não há mais o risco de uma gravidez indesejada. Quando a sexualidade atinge o amadurecimento, tem qualidade. Isso também se reflete na vida pessoal e a mulher colhe bons frutos. Se pensar apenas na quantidade, vai se frustrar”,
enfatiza a sexóloga.
POR JANETE TIR
Cuidados sempre essenciais na intimidade | ||
No início, as campanhas de prevenção da aids eram dirigidas somente a homossexuais e jovens viciados em drogas. Essa atenção agora está voltada a todos – inclusive pessoas a partir dos 70 anos.
Na realidade, 40% das pessoas com mais de 75 anos praticam sexo sem nenhuma proteção e um número cada vez maior de idosos pagam um preço caro por isso. “Nos últimos três anos aumentou o número de idosos, homens e mulheres, com aids. Muitos homens acham que são ‘os bons’ e pensam que, se com 65 anos nunca pegaram nenhuma doença, não é agora que vão pegar”, diz o geriatra Luiz Freitag. Portanto, não importa a idade: sexo saudável e seguro pede o uso de preservativo. |
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(*) Este texto foi enviado por nossa amiga Rosangela Barreto (Rose), a quem agradeço a amizade e o carinho de sempre.
Parabéns Giba, sua postagem traz boas e úteis explicação sobre como envelhecer sexualmente saudável,
agradeço pela indicação,
abçs Marivan