Carlos Athanásio
É comum, nas cidades grandes, a convivência com sirene, indicando que alguém tem pressa de chegar em algum lugar, preterindo o tempo em razão da chamada urgência.
Logo, toda urgência trará, na frente, uma sirene. Imediatamente, virá à lembrança, a cor vermelha, como sinal, também, de alerta, de perigo, de cuidado extremo.
A urgência, também, não escolhe hora, lugar ou pessoa. Aqui, há outra certeza. Atrás de uma sirene virá alguém para solucionar a minha (nossa) urgência.
Em conclusão, a sirene pode, também, representar a solução de algo repentino, premente e perigoso. Temos que saudá-la então, com todo respeito e consideração que ela merece.
A primeira lembrança que tenho, aqui, quando ouço uma sirene, aquela que é intermitente, é a figura da viatura vermelha, onde está uma guarnição do corpo de bombeiros, chamada para o desconhecido.
É uma das poucas profissões no mundo, em que os profissionais são chamados para atender algo que é “em tese”, até chegar no local da ocorrência. Aí, a verdade é desnudada e começam a desdobrarem-se os procedimentos.
Retirar uma família ou pessoa do interior de um veículo totalmente amassado e comprometido; prestar os primeiros socorros, que poderão fazer a diferença até que o socorro médico chegue a tempo; embrenhar-se em locais que estão em chamas, bem como jogar-se em águas bravias e perigosas são uma pequena parcela do que fazem os bombeiros pelo mundo a fora.
A profissão do bombeiro foi destaque e transformada em símbolo nacional, quando houve o ataque às Torres Gêmeas, nos EUA, em 11 de setembro.
Aqui, eles são verdadeiros ilustres anônimos/desconhecidos, pois, somente, lembramos deles, pela sirene ou quando estamos naquelas situações que alguém não gostaria de estar vivendo; naqueles momentos que não terminam, até que, primeiro, ouve-se a sirene, depois o carro vermelho e, finalmente, a palavra de conforto ante o desespero vivido, quando estamos entregues à sorte.
É da nossa mitologia a existência de um anjo protetor, aquele que está sempre ao nosso encalço, mesmo quando dormimos ou estamos de férias.
Por isso, é que no mundo terreno, a figura do anjo da guarda, pode, sem dúvida alguma, ser representada pelo Bombeiro. Mas, como estão esses profissionais que têm elevada missão e atendem uma grande área territorial, com inúmeros Municípios, sob sua responsabilidade, não dispondo de asas ou tapete voador, para que num passe de mágica sejam materializados do quartel onde ficam, até o local da ocorrência? Será que eles estão dormindo bem?
A cama do quartel é confortável, para propiciar um bom sonho, até que alguém o desperte com pedido de atendimento, sempre de urgência?
Será que eles têm equipamento apropriado para retirarem a pretensa vítima onde ela estiver, a tempo do socorro chegar?
Será que o caminhão e a viatura que os Bombeiros têm são rápidos, o suficiente, para chegarem ao local, diminuindo, drasticamente, o tempo que ficamos “empenhados”, não parecendo, minutos intermináveis?
Será que eles têm equipamento atualizado e disponível, para bem trabalharem?
Será que o aquartelamento de Frederico, que atende uma região enorme do Estado, está adequado a relevância da missão profissional que eles têm?
E, ainda, será que eles estão sendo bem pagos pelo Estado, para que tenham ânimo de nos atender, diante da coleção de “nãos” que a perguntas acima têm?
Qualquer num de nós já teriam desistido da missão, diante da tanta dificuldade e tão pouco reconhecimento.
Salvem os Bombeiros!
Dia 02 de Julho, é o dia desses profissionais que pouco sabemos, pouco reconhecemos, mas sempre esperamos que estejam por perto, na hora do aperto.