Lino Tavares
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Nossa entrevistada da Série Personalidades é a atriz Suzy Rêgo, uma das mais destacadas intérpretes brasileiras, possuidora de uma trajetória artística assinalada por exitosas participações em telenovelas, minisséries e peças teatrais.
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Atualidade Artistica
Vivendo atualmente o papel de Beatriz, na novela “Império”, de Agnaldo Silva, a atriz tem emocionado o Brasil pela forma natural e espontânea com que encarna a esposa leal e tolerante que passa por cima do preconceito decorrente de um “desvio de conduta” do parceiro, perdoando-o, quando se propôs a dedicar-se exclusivamente ao casamento, e cultivando os sentimentos de amor e amizade que os unem, após o rompimento inevitável da relação conjugal, quando o marido Cláudio Bolgari Nascimento (José Mayer) confidencia-lhe a necessidade indeclinável de reatar a relação homo afetiva com Leonardo de Souza (Klebber Toledo).
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Biografia
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Suzy Sheila Rêgo nasceu a 11 de março de 1967 no bairro da Tijuca, Rio de Janeiro, sendo filha de pais potiguares (Rio Grande do Norte). Durante a infância, residiu com a família em vários estados do Brasil, em razão das constantes transferências do pai, um militar de carreira. Na adolescência, namorou o ator Paulo César Grande, fato que de certo modo despertou seu interesse pelas artes cênicas.
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O Limiar da Fama
O limiar de sua carreira aconteceu aos 13 anos em um clube do Rio de Janeiro, a partir do que começou a ser notada por sua beleza, algo que lhe proporcionou a chance de concorrer e ser eleita Missa Pernambuco, em 1984, representando a Ilha de Itamaracá. De posse dessa coroa, concorreu no concurso de Miss Brasil daquele ano, ficando em segundo lugar, título que lhe garantiu a condição de segunda mulher mais bonita do país, fazendo a alegria de seus familiares e enchendo de orgulho os habitantes da terra do frevo, em cuja capital, Recife, morou durante dois anos. “Sou carioca, filha de nordestinos e vencedora do Miss Pernambuco, terra do coração. Sou parte pernambucana também, muito honrada por representar o Estado” – diz entusiasmada.
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A Carreira de Atriz
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A partir do glamour nas passarelas da beleza feminina, a jovem carioca assumiu de forma efetiva sua vocação de atriz, começando sua exitosa carreira artística com a peça “Sauna”, destacando-se depois em produções como “O Diário de um Mago”, “Procura-se um Tenor “, “Brasil S/A”, “Caixa 2”, “Sete Minutos”, “O Mistério de Gioconda”, “O Método Gronholm”, “Os Olhos Verdes do Ciúme” e “Divórcio”.
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O Sucesso na Televisão
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Sua trajetória artística nas telenovelas e minisséries começou em “O Salvador da Pátria”, na Globo em 1989, interpretando a personagem Alice. Ainda no mesmo ano, viveu o papel de Carla em “Top Model”. Sucederam-se destacadas participações no elenco de produções como “Delegacia de Mulheres”(Luli Saraiva) e “Riacho Doce” (Cristina), em 1990; “Salomé” (Berta), 1991; “A Viagem” (Carmem), 1994; “Sangue do meu sangue” (Solange Deschamps), 1995; “Era uma vez” (Heloísa), 1998; “Louca Paixão” (Vera Soares), 1999; “Amor e Ódio” (Regina Vila Real), 2002, Floribella (Malva Torres Bittencourt), 2005 e 2006; “Paixões Proibidas” (Antônia Valente), 2007; “Morde & Assopra” (Duda Aguiar), 2011; “Amor Eterno Amor” (Jaqueline Gonçalves – Jáqui), 2012, e atualmente “Império” (Beatriz Bolgari), que terá seu último capítulo na próxima sexta-feira, dia 13 de março de 2015.
Suzy Rêgo é casada com o ator Fernando Vieira, com quem possui os filhos gêmeos Marco e Massimo, nascidos no dia 24 de julho de 2009, na cidade de São Paulo.
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Suzy Rêgo Responde
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Ter se tornado atriz foi a realização de um sonho ou isso aconteceu meio por acaso?
Sem dúvida tem sido a realização de um sonho de infância. Manifestei desde cedo essa tendência ao exibicionismo.
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Com que idade “caiu a ficha”, dando-lhe a convicção de que possuía talento para ser atriz?
Muito nova, aos 3 anos de idade. Sempre amei o show bizz. Sempre fui fascinada pela dança, por ver as estrelas na TV, show, fantasias, glamour, enfim, pelos palcos.
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Mesmo sendo filha de militar, com um tipo de criação um pouco mais rígida, seus pais a incentivaram a seguir a carreira de atriz ou tinham outros planos em relação a você?
Nunca tive uma criação mais rígida e sim mais sistemática. Contudo, meu pai sempre foi incentivador da criatividade e das manifestações artísticas, quando usava as maquiagens de minha mãe, ele foi quem comprou um kit igualzinho para mim. Meus pais foram e são minhas melhores plateias
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Que atriz ou atrizes você elegeria como “musa inspiradora” de sua opção pelas artes cênicas?
As luminosas, brilhantes, divas: Sandra Bréa, Maria Alcina, Betty Faria, Lucinha Lins…as mais cintilantes.
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Que linguagem lhe deixa mais à vontade na arte de representar, a do teatro, do cinema ou da televisão?
Estou sempre à vontade em serviço da arte. Trabalhar no que amo me liberta.
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Você prefere desempenhar papel de “boa gente”, ou gosta mais do tipo vilã?
Gosto de personagens que contem boas histórias, que estejam em boas tramas, que proporcionem entretenimento e também reflexão, opiniões, curiosidade. E que divirtam, claro.
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Nos ensaios, você usa algum tipo de mecanismo para decorar textos ou memoriza naturalmente?
Tenho facilidade para decorar textos, mas me dedico com empenho aos estudos dos textos.
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Quanto por cento da tolerante “Beatriz Bolgari”, da novela Império, você diria existir na atriz Suzy Rêgo, que a interpreta?
Dez por cento. Beatriz veio muito bem descrita na sinopse de Aguinaldo Silva. Ela é super elegante, de gestos suaves e muito discernimento nas questões. Já eu sou bem mais moleca e falastrona, impulsiva e risonha, bagunceira mesmo. Beatriz é chiquérrima, eu sou espalhafatosa e caricata. (e Beatriz já deu uns tapas no filho, eu me recuso a encostar um dedo nos meus. Apenas observação, sem julgamento.)
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Considerando o rendimento médio da categoria, você diria que a profissão de ator compensa financeiramente?
No Brasil, apenas para uma pequeníssima parte, lamentavelmente.
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Como você vê a teledramaturgia brasileira em comparação com a de outros países?
Sou inadequada para responder, pois desconheço a teledramaturgia (no formato novela, como as nossas) atual de outros países. As que tenho acesso são novelas latinas muito antigas.
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Na sua trajetória artística, você já sentiu alguma forma de censura velada no desempenho de determinado papel?
Sou a favor da classificação de idade na programação. Novelas são formadoras de opinião, mas são obras de ficção. Alguns comportamentos de personagens podem influenciar desavisados e menores de idade. Sempre fui a primeira a sugerir bom senso na realização de algumas cenas, a arte pode se manifestar de forma excelente sem necessariamente explicitar situações delicadas.
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Que papel você elegeria como o grande momento de Suzy Rêgo na arte de representar?
Beatriz Bolgari, de Aguinaldo Silva na novela “Império”
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Que personagem, entre os muitos que representou, se identificou mais com você na vida real?
Tenho a sorte de atuar em obras nas quais os personagens são extremamente diferentes de mim. Felizmente.
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Você foi Miss Pernambuco e segunda colocada no Miss Brasil. Acha que a beleza ajuda, atrapalha ou não faz nenhuma diferença na conquista de um espaço no meio artístico?
Na minha opinião o meio artístico é rico de possibilidades. Nada é totalmente belo ou feio. E histórias têm que ser contadas com todo o tipo, raça, cor, credo, diferenças e orientações…essa é a riqueza da arte. E ser um belo ser (isso significa bom caráter, bom colega, bom profissional, bom parceiro) é sempre bom negócio.
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Alguma vez você já sentiu atração pessoal por algum parceiro com quem contracenava?
Muitas. Mora na gaveta dos meus segredos, grata por compreender.
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Os artistas, como sabemos, são alvo de fofocas, como a dos famosos “Mexericos da Candinha”,do tempo da Jovem Guarda. A propósito, como está sua vida amorosa?
Bem amorosa. Sou casada há dez anos com o ator Fernando Vieira, pai dos gêmeos Marco e Massimo.
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O fato de ser filha de militar, vivendo os primeiros anos da juventude durante o “Regime Militar”, lhe trouxe algum problema no meio artístico, ou as pessoas exageram sobre uma suposta “rejeição” que havia ao governo da época?
Nenhum problema, nenhuma rejeição.
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Se tivesse que escolher entre dirigir ou interpretar, por qual dessas atividades você optaria?
Interpretar.
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Você acredita que o casamento entre atores tem mais chance de dar certo do que entre um ator ou atriz e pessoa de fora do meio artístico?
A diferença que observo é que pessoas em outras profissões são apenas pessoas: saem, flertam, namoram, trocam de parceiros…como é natural na vida. No meio artístico há uma pressão midiática intensa, a liberdade dos artistas é sempre vigiada ou tolhida e expõe demais a todos. Casamentos começam e acabam…seja no nosso meio ou em outro. No nosso meio a patrulha é quase insuportável. É invasiva mesmo, uma lástima.
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Quando vai ao shopping, supermercado e outros locais públicos, você curte ser assediada por fãs e dar autógrafo, ou acha isso meio desconfortável?
Sou muito viável. Trato as pessoas com tranquilidade e gentileza.
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Ao contrário do que acontece na produção de TV, bastante laureada, o cinema brasileiro nunca ganhou um Oscar. Considera isso uma injustiça ou falta de amadurecimento nosso na “sétima arte”?
Sou “descredenciada” para responder, ainda estou fora do cinema…peninha.
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Você já foi contemplada com algum prêmio, individual ou coletivamente, na carreira de atriz?
Ganhei Prêmio Shell como atriz coadjuvante por Caixa 2.
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Quem você elegeria como maior ator e maior atriz brasileiros de todos os tempos?
São muitos, seria muito injusto apenas um de cada: Bibi Ferreira, Fernanda Montenegro Laura Cardoso, Irene Ravache, Cláudia Abreu, Adriana Esteves, Glória Pires, Zé Mayer, Antonio Fagundes, Toni Ramos, Othon Bastos entre tantos outros (apenas para citar os vivos).
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Na sua maneira de ver o cotidiano, acredita que a arte imita a vida, a vida imita a arte, ou ambas vivem se imitando mutuamente?
Mutuamente.
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Você concorda com a ideia de que determinadas cenas podem influenciar positiva ou negativamente na forma de comportamento de quem as assiste?
Sim.
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Você é contra ou a favor da legalização da maconha?
É algo a ser avaliado com cautela.
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O Ministério da Cultura, a seu ver, contribui suficientemente para o desenvolvimento das artes cênicas no Brasil?
Outra questão que me sinto despreparada para responder.
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Acredita que a televisão brasileira está no caminho certo, ou precisa de uma reformulação para alcançar o status desejado?
Caminho certíssimo, tem melhorado em todos os setores (e pode, deve e merece melhorar cada vez mais). A Rede Globo de Televisão conquista prêmios mundiais que, além de muito orgulho, geram novos empregos e um considerável aumento em produções nacionais cada vez mais aplaudidas, comercializadas e respeitadas no mundo.
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Bate-bola com Suzy Rêgo
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Amigo fiel?
Poucos e bons, eles sabem quem são.
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Doce lembrança?
Cana de açúcar plantada e colhida pelo meu pai em nossa casa de São Gonçalo, Rio de Janeiro, a mais doce do mundo, com papai Max cortando e degustando conosco na escada do quintal.
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Eternamente grata?
Lili Ferraz, maquiador do Miss Brasil em 1984, meu amigo, quando me obrigou a ir num teste para “Tampax”. Ali começava tudo. Meu “Fada Padrinho”.
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Grande momento?
Conhecer e trabalhar em 3 peças com a “força da natureza” Bibi Ferreira.
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Quero esquecer?
Já esqueci.
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Sonho realizado?
Marco e Massimo. Meus filhos gêmeos com Fernando Vieira.
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Sonho a realizar?
Tantos, tantos, tantos…
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Decepção?
“…Too few to mention…” da canção “My Way” (poucas demais para mencionar)
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Surpresa boa?
Dinheiro inesperado.
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Superstição?
Conto os degraus de escadas. Dá sorte.
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Religião?
Sou adepta do Kardecismo.
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Cor preferida?
Branco.
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Número de sorte?
11.
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Prato preferido?
Peixe de todos os jeitos. Cru, assado, grelhado, cozido, etc. e tal.
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Principal Hobby?
Atualmente…dormir.
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Time do coração?
Vasco e São Paulo.
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Político honesto?
Há sim. É raro. Mas há.
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Cantor?
Em homenagem a Jair Rodrigues, excelente, hoje escolho Jairzinho.
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Cantora?
Hoje escolho Luciana Mello, filha de Jair Rodrigues.
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Personalidade mundial?
Papa Francisco.
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Personalidade brasileira?
O professor brasileiro. Um mártir.
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Deus?
Cada um na sua.
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Quem é Suzy Rêgo?
Aprendiz
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Projetos na carreira?
Enriquecer nessa profissão.
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Considerações finais
Gratidão. É minha palavra. Um exercício diário, eu pratico gratidão. Pode ser que eu esqueça e seja indelicada com alguém, isso também acontece, mas honestamente sou grata a tanta coisa e tantas pessoas. Pode ser que nem manifeste isso da forma mais adequada, mas em minhas reflexões e meditações agradeço muito e sempre. Até diante de algum percalço me empenho em agradecer pelo aprendizado. Aproveito e agradeço pela gentileza do jornalista Lino Tavares e pela entrevista. Agradeço a todos pelos elogios sobre meu desempenho na novela “Império” e agradeço a todos pelo apoio. Colegas, amigos, família, colaboradores e admiradores.
Grata!
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VÍDEOS COM SUZY RÊGO
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Novela Império: “Beatriz” A 0:57 seg. da gravação (Link a seguir)
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http://gshow.globo.com/novelas/imperio/personagem/beatriz-suzy-rego.html#cenas/4022619
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Novela “Top Model” (Carla Solidária)
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Novela “Riacho Doce” (Cristina)
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Novela “A Viagem” (Carmem)
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Novela “Amor e Ódio” (Regina Vila Real)
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Entrevista no Jô Soares Onze e Meia
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Entrevista Espaço Mix
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Table of Contents
Caro leitor Herbet. Suas palavras em relação a mim não me envaidecem, porque sou desprovido – graças a Deus – desse sentimento menor. Mas são preciosas como forma de incentivo para que eu continue a fazer o meu melhor no campo do jornalismo, a fim de compensar o lado ruim da mídia brasileira, infelizmente integrada, em grande parcela, de mentes deterioradas, ou pelas ideologias do “engana povo”, como o socialismo marxista que nunca deu certo, ou pela índole mercenária dos que se vendem para sonegar verdades ou divulgar mentiras, como a caravana nauseabunda da imprensa marrom. Esteja sempre em sintonia conosco, porque aqui a verdade não tem preço e o meu amigo Gilberto Vieira de Sousa, grande condutor do Site, sabe do que estou falando.
Indicado por um amigo, só agora eu li essa formidável entrevista em que entrevistador e entrevistada dão um show. Não entendo como é que um jornalista desse nível não está nas principais revistas nacionais, para brindar grande números de leitores com o seu talento, da mesma forma como não compreendo por que a Rede Glibo demora tanto para trazer às suas telenovelas gente consagrada como Suzy Rêgo e tantos outros atores e atrizes que encantam a gente com suas performances. Moro atualmente em Nova York, onde estudo, mas sempre estou ligado nas produções da TV brasileira, porque as considero entre as mais avançadas do mundo.
Herbet, concordo com cada linha que escreveu, principalmente no tocante a grande qualidade e profissionalismo do jornalista Lino Tavares, um dos melhores jornalistas do Brasil.
Obrigado por sua visita e comentário.