Surge, nesse quadro, um quarto elemento de que não devemos nos dissociar: a educação. Construiremos um mundo melhor, de maior conforto e bem-estar, se dermos à educação a prioridade devida. Querem de imediato um exemplo? Segundo o IPEA, temos 3,55 milhões de crianças e adolescentes de 4 a 17 anos fora da escola. São necessários cerca de 10 bilhões de reais para corrigir essa distorção. Equivale a um acréscimo de 0,3% do PIB nacional. Tirar de onde? A sétima economia do mundo não tem uma resposta convincente para isso.
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A discussão em torno da sobrevivência (e por quanto tempo) da mídia impressa tornou-se secundária. Isso porque os estudiosos confiam que, ao longo de muitos anos, haverá uma convivência harmônica das mídias impressa e eletrônica. A reforma recente do jornal O Globo, por exemplo, é muito sintomática. Foram gastos milhões na versão impressa, sinal de confiança no futuro.
Este assunto tem sido debatido em reuniões sucessivas do Conselho Técnico da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Sabe-se que a solução passa por uma educação profissional qualificada, como as escolas técnicas federais e o Sistema S são perfeitamente capazes de ministrar. A presidente Dilma Rousseff demonstra publicamente o desejo de que se dê adequada assistência técnica a esses jovens e relata experiências animadoras.
Nos arraiais acadêmicos é comum discutir os limites do que chamamos de “politicamente correto”. É claro que as opiniões são sempre divergentes, como é natural num regime democrático. O que ninguém de bom senso duvida é que se deve proteger as crianças de cenas indecorosas. Elas não levam a uma formação adequada, sobretudo quando exibidas pela televisão.
Na série Brasil, Brasis, realizada na Academia Brasileira de Letras, realizei palestra no seminário “O esporte, além do futebol”, coordenado pelo acadêmico Domício Proença Filho. Trouxe à baila a instigante dúvida sobre a pequena quantidade de medalhas de ouro que trouxemos das Olimpíadas de Londres (somente três). E de novo perdemos no futebol de campo, que é o nosso esporte mais popular. Dessa vez, fomos vitimados pelo México, que nem é tão forte assim.
Quem não conhece o assunto em profundidade pode ser levado a cometer equívocos de interpretação. A Academia Brasileira de Letras, como faz há cinco anos, cede seus espaços gratuitamente ao filólogo Adauto Novaes para a realização de seminários sobre o pensamento. Dessa vez, o tema era “Arte, sexo e pornografia”, com a conferência do professor Jorge Coli, da Unicamp.
Temos hoje cerca de 280 milhões de falantes da língua portuguesa, sendo 250 milhões de nativos e 30 milhões de segunda língua. Somos a sexta língua mais falada no mundo, o que não foi motivo ainda para que ela merecesse a sua oficialização na Organização das Nações Unidas.
Foi Augusto Comte quem afirmou ser o conhecimento uno e indivisível. Só por motivos didáticos é que o separamos em diferentes disciplinas, e assim se justifica a individualidade da matemática, por exemplo, que empolgou grandes pensadores, como Platão. Segundo ele, na Academia só deveria entrar quem fosse geômetra. Assim ela cresceu e adquiriu grande importância nas escolas do mundo inteiro. No Brasil, entretanto, vive em crise. Antigas civilizações sempre deram muita importância à matemática, ciência fundamental para a solução de problemas do cotidiano. Quem conhece um pouco de geometria é capaz de lembrar da lei linear de Tales (“toda paralela a um dos lados de um triângulo determina um segundo triângulo semelhante ao primeiro”).
Há certas coisas, nos trópicos, que são difíceis de entender. Pessoas de boa formação, aparentemente normais, defendem ardorosamente a descriminalização da maconha, como se fosse a salvação do país. Alegam, de forma equivocada (e mentirosa) que em certos países desenvolvidos isso aconteceu e tudo melhorou. Não é verdade, tanto que a Holanda, de tantas tradições democráticas, foi e voltou. Ou seja, permitiu e depois sentiu que não era uma boa.
Não existe uma visão clara a respeito do problema. A poderosa Apple (lucro de 13 bilhões de dólares no último trimestre de 2011) lançou mais dúvidas quando anunciou a sua entrada, nos Estados Unidos, no grande mercado de educação, produzindo livros eletrônicos de altíssima qualidade e a preço baixo. Vêm aí tabuletas coloridas, lousas eletrônicas, associadas a vídeos e jogos interativos, que fascinam o espírito dos nossos jovens. Teremos cursos on-line e aulas virtuais que acabarão configurando o que chamamos de PEDAGONET, ou seja, uma nova visão da pedagogia do futuro, mudando completamente o que até aqui considerávamos a tradicional relação ensino-aprendizagem.