José Genoíno Neto (Geraldo), Entregou Todos Seus Companheiros da Guerrilha do Araguaia

   Prezados amigos, Coronel LÍCIO MACIEL foi quem prendeu GENOÍNO conforme consta no seu discurso abaixo. Nele consta que Genoíno entregou seus companheiros, bem como o Coronel CURIÓ e EU, Tenente VARGAS, também confirmamos isso, inclusive consta no meus livros BACABA e em meu depoimento na Audiência Pública em 03/12/2008 na Comissão Especial da Anistia na Câmara dos Deputados em Brasília-DF(está abaixo). Em depoimento que Genoíno prestou a Justiça Militar, contou tudo sobre seus companheiros e disse onde poderíamos encontrá-los e foi por isso que achamos as três bases, A, B e C onde eles, guerrilheiros, companheiros de Genoíno se encontravam, foi quando começou a destruição de todos.
  José Genoíno traiu a Guerrilha do Araguaia. Seu apelido ou codinome era Geraldo. Foi preso logo no início da guerrilha e entregou a todos. Ele se desculpa dizendo que foi torturado.
      “Após silenciar-se por 35 anos, Sebastião Rodrigues de Moura, (CURIÓ) o militar responsável pelo ataque final à Guerrilha do Araguaia, revelou onde estão os corpos de guerrilheiros que morreram na batalha e indicou o ex-presidente do PT e deputado federal, José Genoíno, como o principal delator dos militantes.”
Tenente JOSÉ VARGAS JIMÉNEZ
Tenente JOSÉ VARGAS JIMÉNEZ
     “O militar revelou também que só foi possível acabar com a guerrilha devido à traição de militantes, principalmente a de José Genoino. Segundo Curió, o atual deputado entregou seus companheiros assim que foi preso como mensageiro dos guerrilheiros, revelando os codinomes e contando sobre três unidades de combate do movimento.”
     No blog http://fotolog.terra.com.br/navprog:111, em postagem de Licio Maciel em 12/01/2006, está escrito, entre outras coisas:
     “Sobre o Genoíno, já se sabe tudo. Deu todas as informações, ainda na mata, sem levar um safanão. Depois de preso na mata, levado para Brasília e identificado, Genoíno confirmou todas as informações que já tinha dado na mata e acrescentou maiores detalhes nas diversas inquirições a que foi submetido. Concordou em escrever uma carta aos guerrilheiros, garantindo que estava sendo bem tratado e concitando a que se entregassem. A esta carta foi acrescida uma foto em que aparecia bem disposto, gordo e satisfeito. Foi levado de volta para Xambioá e “desfilou” para que todos confirmassem o que constava na carta.”
Nasceu na comunidade de Várzea Redonda, pertencente ao município de Quixeramobim. Passa a infância em Encantado, vilarejo de cerca de 1000 habitantes, entre os estudos primários no grupo escolar e o trabalho na roça, para ajudar os pais.
   Aos 13 anos muda-se para Senador Pompeu, cidade de 10 mil habitantes, onde vive na casa paroquial a convite do padre local, que o apóia nos estudos. Foi líder estudantil, integrando a União Nacional dos Estudantes (UNE).[1] Muda-se para Fortaleza em 1964 e dois anos mais tarde, chega a trabalhar dois anos como operador de computador na IBM. Em 1968, aos 22 anos, ingressa no Partido Comunista do Brasil (PC do B), Partido que fazia oposição ao governo militar do país.
   Com a decretação do AI-5, em dezembro de 1968, muda-se para São Paulo e passa a viver na clandestinidade. Em 1968 se filiou ao PC do B, partido que defendia a luta armada contra o governo militar. Em 1970 vai para Goiás com o objetivo de lutar na Guerrilha do Araguaia, uma das principais ações desenvolvidas pelo partido na época, a fim de transformar o Brasil em um país comunista. Foi capturado pelos militares em 1972 e passou os próximos cinco anos na prisão, onde foi torturado. Foi solto em 1977 e passou a lecionar história. Foi anistiado em 1979 e participou da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT),[2] partido pelo qual foi eleito deputado federal por São Paulo entre 1982 e 2002. Em 2002 se candidatou para ao governo de São Paulo, mas foi derrotado. No mesmo ano foi eleito presidente nacional do partido, substituindo José Dirceu. Genoino foi indicado para assumir o Ministério da Defesa no início do Governo Lula, mas seu nome foi rejeitado pelos militares. Em 2006, depois do escândalo do mensalão, foi novamente eleito deputado federal por São Paulo.
Atualmente, José Genoino é casado com Rioco Kayano, uma nipo-brasileira que conheceu nas reuniões do PC do B em 1969 e começou a namorar quando ambos estiveram presos juntos em 1973.[3] É pai de três filhos: Miruna, Ronan e Mariana.
   Genoino também é irmão de José Nobre Guimarães, o deputado cearense mais votado em 2006, mas que ganhou notoriedade nacional quando um de seus assessores, José Adalberto Vieira da Silva, foi preso em 2005 ao tentar embarcar em um vôo de São Paulo para Fortaleza com 200 mil reais em uma mala e 100 mil dólares em espécie escondidos na cueca.[4] Genoino também é acusado de ter colaborado com o Exército após ter sido preso em 7 de abril de 1972, durante a Ditadura Militar.
   Renunciou à presidência do PT em julho de 2005, por envolvimento em denúncias de corrupção relacionadas ao escândalo do mensalão.[7] Em 30 de março de 2006, foi denunciado pelo Procurador Geral da República ao Supremo Tribunal Federal (STF) como um dos líderes do suposto grupo responsável pelo mensalão.[8] Em agosto de 2007, o STF aceitou a denúncia de Genoino e outros 11 réus pelos crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha.[9] O deputado, que passou a contar com foro privilegiado em razão da sua eleição como deputado em 2006, começou a ser julgado por formação de quadrilha e corrupção ativa (9x) no STF em agosto de 2012.[10] Foi condenado por corrupção ativa após o voto da Ministra Carmem Lúcia.
   Em 8 de maio de 2011, Genoíno, um ex-integrante da guerrilha armada que lutou no Araguaia contra o Exército Brasileiro, foi condecorado pelo Ministério da Defesa com a Medalha da Vitória, entregue a personalidades civis ou militares que tenham prestado serviços relevantes à Defesa nacional. Foi a primeira vez que um ex-guerrilheiro recebeu tal homenagem das Forças Armadas no Brasil.

Guerrilha do Araguaia – Discurso do Coronel Lício Augusto Maciel

Discurso do Coronel Lício Augusto Maciel na Câmara dos Deputados, em Sessão Solene ocorrida no dia 26 Jun 2005, sobre a guerrilha do Araguaia:
Sr. Presidente, Srs. Congressistas, demais autoridades presentes, minhas senhoras, meus senhores, não é preciso dizer da minha emoção por ter encontrado aqui velhos companheiros de luta, que ainda a estão levando à frente.
 Como participante dos acontecimentos que passo a relatar, fiz um resumo dos itens mais perguntados; apenas como itens porque a dissertação será a rememoração dos fatos. Para isso, tirei os óculos, a fim de que aqueles que vou citar me olhem bem no fundo dos olhos e tenham suficiente coragem de afirmar, se for preciso, que tudo o que foi dito aqui é a pura verdade. Se bem que não há necessidade, porque eles mesmos já confirmaram em outras ocasiões.
 O primeiro item selecionado se refere à razão da minha escolha para a missão de descobrir o local da guerrilha, que hoje se diz Guerrilha do Araguaia.
Em 1969, após a morte do terrorista Mariguella, em São Paulo, em seus documentos foram feitas várias citações sobre o local da grande área: grande área de treinamento de guerrilha.
 Eu estava chegando a Brasília em 1968, já pela segunda vez. No meu passado, em 1954, fiz o curso de pára-quedista e, em seguida, o curso de Forças Especiais da Divisão de Pára-Quedistas, e especializei-me na modalidade Guerra na Selva. Posteriormente, o curso de Operações Especiais foi desenvolvido com outras modalidades e, em seguida, foi criado o Centro de Instrução de Guerra na Selva, CIGS.
 Detentor do curso de Forças Especiais e considerado, à época, o elemento com credenciais para desenvolver as operações de selva, percorri milhares de vezes a rodovia Belém-Brasília, de Brasília a Belém, estrada pioneira de barro. Eu e minha equipe, de 3 ou 4 homens, chegamos à conclusão, por indícios, de que a Guerrilha do Araguaia estava naquela área, entre o Bico do Papagaio, Xambioá, Marabá, Tocantinópolis e Porto Franco.
 O fato, porém, que nos permitiu chegar à área foi a prisão, em Fortaleza, do guerrilheiro Pedro Albuquerque. Naturalmente, ele está olhando para mim, e eu estou olhando para a câmera, para que olhe no fundo dos meus olhos e confirme que o que eu estou dizendo é verdade. Pedro Albuquerque foi preso quando tentava tirar documentos em Fortaleza. Recolhido ao xadrez, ele tentou suicídio cortando os pulsos. A sentinela, por acaso, passou, viu, deu o alarme e ele foi levado para um hospital da guarnição.
 Recuperado o documento de que ele falou, o documento resultante das declarações de Pedro Albuquerque foi enviado diretamente de Fortaleza para Brasília e chegou às mãos do General Bandeira, que imediatamente mandou buscar o preso. Enquanto eu preparava a equipe, o preso chegou, foi incluído na minha equipe, e partimos, junto com Pedro, para o local onde ele dizia que era o inicial: Xambioá.
 Chegamos ao Rio Araguaia, pegamos uma canoa grande, com motor de popa, fomos até ao local de Pará da Lama. Pedro deve lembrar muito dele: era uma picada ao longo da floresta no sentido do Xingu. Andamos o dia inteiro. Chegamos ao anoitecer na casa do último morador, com o Pedro sendo levado por nós, livre. Não estava algemado, amarrado ou coisa assim. Ele foi acompanhando nossa equipe. Há várias testemunhas desse episódio aqui presentes, as quais não vou citar, que fizeram parte da minha equipe.
Chegamos à casa de Antônio Pereira, pernoitamos no campo, nos telheiros e, no dia seguinte, às 4h, prosseguimos em direção ao local onde Pedro Albuquerque indicou. Ao chegarmos lá, avistamos três homens, isto é, três elementos, sendo uma mulher, descansando para almoço, presumo. Aproximamo-nos do local só para conversar com eles, para saber o que eles estavam fazendo lá. Eram três e, no nosso grupo, havia seis; então, não tinha problema. Eles fugiram. Chegamos ao local. Fiquei inteiramente abismado com o estoque de comida, de material cirúrgico; havia até oficina de rádio; 60 mochilas de lona, costuradas no local em máquina industrial grande, que tive o prazer de jogar no meio do açude. Tocamos fogo em tudo e voltei sem fazer prisioneiro.
 Ora, em qualquer situação, teríamos atirado naqueles homens. Estávamos a 80 metros, um tiro de fuzil os atingiria facilmente. Eles estavam sentados. Mas nosso objetivo não era matar, não era trucidar. Nosso objetivo era saber o que eles estavam fazendo lá. De acordo com Pedro Albuquerque, eram guerrilheiros. Estavam na área indicada por Pedro Albuquerque, que viu toda a operação.
 Como disse, destruímos todos os seus aparelhos; metralhamos uma grande quantidade de frutas – melancia, jerimum e muitas outras coisas. Ficamos inteiramente impressionados com a quantidade de comida que havia lá, várias sacas de arroz; havia até oficina de rádio com equipamentos sofisticados. Era uma oficina rústica, não era como bancada de laboratório da cidade, mas funcionava. O gerador, lá atrás, também funcionava.
 Voltamos. Deixamos o pessoal fugir, claro. E o Pedro Albuquerque retornou com dois companheiros nossos e foi recolhido ao xadrez de Xambioá. Continuamos nossa missão. Como os três elementos fugitivos avisaram para o resto do grupo do Destacamento C, mais ao sul, em frente a São Geraldo do Araguaia, que estávamos indo para lá, ao chegar lá nós os vimos fugindo com muita carga, até violão levavam. Eles estavam se retirando do Destacamento C, do Antônio da Dina e do Pedro Albuquerque.
 Pedro Albuquerque nos levou até o Destacamento C, onde havia estado. Ele fugiu porque os bandidos exigiram que ele fizesse um aborto em sua mulher, que estava grávida. Eles não se conformaram com a ordem, principalmente porque outra guerrilheira grávida tinha sido mandada para São Paulo para ter o filho nas mordomias daquela cidade. Ela era casada com o filho do chefe militar da guerrilha, Maurício Grabois.
 Pedro, você está me escutando? Você deve-se lembrar de que declarou isso: que você fugiu porque obrigaram sua mulher a fazer um aborto.
 Nós estávamos perseguindo esse grupo e estávamos avançando. Embora chovesse bastante, estávamos nos aproximando. Eles resolveram soltar a carga que estavam levando, e o guia, morador da área, me disse: “Agora, nós não vamos pegar eles porque estão fugindo para a gameleira”. E demos uma meia parada, nessa destruição do equipamento deles, quando pressentimos a vinda de alguém na trilha. Nós estávamos andando no meio da mata e esse elemento vinha pela trilha. Nós nos agachamos e, nisso, veio aquele elemento forte, com chapéu de couro, mochila nas costas e facão na cintura. Então, quando ele chegou no meio do nosso grupo, eu dei a ordem: Prendam esse cara!
 Não sei, não posso me lembrar, se foi o Cid ou se foi o Cabo Marra que pegou o Genoino. Esse elemento era o Geraldo, posteriormente identificado como Genoino – que naturalmente está me olhando agora. E eu tirei os óculos justamente para ele me reconhecer, porque da minha cara ninguém esquece, principalmente com aquela cara que eu estava na mata, depois de vários dias passando fome e sede, sujo, cheio de barba. Mas é a mesma cara. É o mesmo olhar da hora em que eu encarei ele e disse: “Seu mentiroso! Confesse! Você não tem mais alternativa”.
Por que eu descobri que o Genoino era guerrilheiro? Ele se dizia Geraldo e se dizia morador da área. Claro: elemento na área, suspeito, eu mandei deter. Mesmo algemado e com tudo nas costas, uma mochila pesada e grande, ele fugiu. O Cabo Marra deu três tiros de advertência, e ele parou. Mas não parou por causa da advertência, parou porque se emaranhou no cipoal, e o pessoal foi pegá-lo.
 Eu perguntei: Por que você está fugindo? Nós apenas estamos querendo conversar com você. Para você não fugir, vamos ter de algemá-lo. “Eu sou morador” – disse ele.
 Eu deixei o pessoal especializado em inquirição conversando com o Genoino, até então Geraldo. O pessoal – inclusive está presente um desses companheiros, o Cid – conversou bastante tempo com o Genoino, quando o Cid veio a mim e disse: “Comandante, não tem nada, não”. Está bom – respondi. Como eu já estava há muito tempo no mato, já tinha resolvido, intimamente, levar o Genoino preso para Xambioá, mas não disse que essa era minha determinação. Peguei a mochila dele.
 Havia um elemento na minha equipe que era especialista em falar com o pessoal da área – já falecido -, um elemento excepcionalmente bom. Rendo minhas homenagens a João Pedro do Rêgo. O João Pedro, apelidado por nós de Jota Peter ou Javali Solitário, onde estiver estará escutando. João Pedro era um homem que falava com o matuto, com o pessoal da área, porque eu, na minha linguagem urbana, não era entendido nem entendia o que eles falavam. O Javali veio a mim e disse: “Ele não tem nada. É morador da área”. E disse-me o que tinha lhe dito.
 Eu, como homem de selva, peguei a mochila do Geraldo e comecei a abri-la. Tirei pulôver, rede e um bocado de bagulho da mochila do Geraldo, quando encontrei um tubo de remédio no fundo da mochila. Ao pegar aquele tubo e olhar para o Genoino, vi que ele estava lívido, pálido. Eu ainda lhe disse: Companheiro, fique tranqüilo porque nós não vamos fazer nada com você, você é morador da área. E abri o tubo. Lá encontrei material típico de sobrevivência – linha de pesca fina, anzóis. Era material típico de sobrevivência. Como eu havia feito um curso e só sabia teoricamente sobre o assunto, interessei-me por aquele exemplo prático, em um local de difícil acesso na selva amazônica. À medida que eu ia puxando aquelas linhas, o Genoíno – aliás, o Geraldo – ia ficando mais desesperado. E quando eu tirei o tubo, olhei para ele, e ele estava branco como papel. E lá no fundo eu vi um papel pautado, de caderneta, dessas que todo dono de bodega na área anotava as suas vendas.
 Cortei uma talisca do meu lado, puxei o papel e lá estava a mensagem do Comandante do Grupamento B da Gameleira, o Osvaldão, para o Comandante do Grupamento C, Antônio da Dina. Estava lá a mensagem que o Genoino transportava para o Antônio da Dina. Era uma mensagem tão curta que ele, como bom escoteiro que era, poderia ter decorado, porque até hoje, mais de 30 anos passados, eu me lembro do que dizia essa mensagem, mas eu quero que ele mesmo diga o que constava nessa mensagem. Era uma dúzia de palavras em linguajar militar, de próprio punho do Osvaldão, que era o Comandante do Grupamento B da Gameleira, o grupamento mais perigoso da guerrilha, como constatamos no desenrolar das lutas.
 Foi o grupo que matou o primeiro militar na área. Antes de qualquer pessoa morrer, o grupo do Osvaldão matou o Cabo Rosa, Odílio Cruz Rosa. Depois de esse Odílio Cruz Rosa ser morto, eles mataram mais 2 sargentos e fizeram muito mal aos militares que nada sabiam até então. Só quem sabia era o pessoal de informações. E eu era da área de informações, embora eu operasse à paisana.
 Então, o Genoino foi mandado para Xambioá preso. A essa altura ele já deixou de ser detido para ser preso, e disse tudo sobre a área. Quando eu olhei para ele e disse: Você não tem mais alternativa porque aqui está a mensagem. Ele disse: “Eu falo”. Eu disse: É bom você falar. Genoino, olhe no meu olho, você está me vendo. Eu prendi você na mata e não toquei num fio de cabelo seu. Não lhe demos uma facãozada, não lhe demos uma bolacha – coisa de que me arrependo hoje.
 Um elemento da minha equipe, fumador inveterado, abriu um pacote de cigarro, aproveitou aquele papel branco do verso, pegou um toco de lápis não sei de onde, e o João Pedro começou a anotar o que o Genoino falava fluentemente – nervoso como estava, começou a falar.
 Eu me levantei do chão, fui até um córrego próximo beber um pouco d’água. Voltei, o papel estava cheio, com toda a composição da Guerrilha – nomes, locais, Grupo C, ao sul; Grupo B, da Gameleira, perto de Santa Isabel; e Grupo A, perto de Marabá. Eram esse os 3 grupos efetivos, em que se presumiam 30 homens por grupamento, além de um grupo militar comandado por Maurício Grabois.
 Peguei aquele papel e ainda comentei com ele: Pô, meu amigo, tu és um cara importante desse negócio aí, hein? E mandei o Geraldo para Xambioá. Ele foi recolhido ao xadrez, posteriormente enviado a Brasília; em seguida, 3 ou 4 dias depois, não me lembro, veio o veredicto da identificação: o guerrilheiro Geraldo era o José Genoino Neto, presente em frente ao vídeo, olhando para os meus olhos – eu sempre tive olhos arregalados; não foi só lá na mata, não. Os meus olhos sempre foram arregalados, principalmente em combate.
 Triste notícia veio depois. O grupo do Genoino prendeu um filho do Antônio Pereira, aquele senhor humilde, que morava nos confins da picada de Pará da Lama, a 100 quilômetros de São Geraldo. O filho dele era um garoto de 17 anos, que eu não queria levar como guia, porque ao olhar para ele me lembrei do meu filho que tinha a mesma idade. Então, eu disse ao João: Não quero levar o seu filho. Eu sabia das implicações, ou já desconfiava.
 O pobre coitado do rapaz nos seguiu durante uma manhã, das 5h até o meio-dia, quando encontramos os três nos aguardando para almoçar. Pois bem. Depois que nos retiramos, os companheiros do José Genoino pegaram o rapaz e o esquartejaram.
 Genoino, aquele rapaz foi esquartejado! Toda a Xambioá sabe disso, todos os moradores de Xambioá sabem da vida do pobre coitado do Antônio Pereira, pai do João Pereira, e vocês nunca tiveram a coragem de pedir pelo menos uma desculpa por terem esquartejado o rapaz! Cortaram primeiro uma orelha, na frente da família, no pátio da casa do Antônio Pereira; cortaram a segunda orelha; o rapaz urrava de dor; a mãe desmaiou. Eles continuaram, cortaram os dedos, as mãos, e no final deram a facada que matou João Pereira.
 Esse relatório está no Centro de Instrução Especializada – CIE, porque foi escrito por mim, e eles não abrem para os historiadores com medo de que o relato apareça.
 Pois bem. Eles fizeram isso porque o rapaz nos acompanhou durante 6 horas, para servir de exemplo aos outros moradores, de forma que não tivessem contato com o pessoal do Exército, das Forças Armadas.
 Foi o crime mais hediondo de que eu soube. Nem na Guerra da Coréia e na do Vietnã fizeram isso. Algo parecido só encontrei quando trucidaram o Tenente Alberto Mendes Júnior. O Tenente se apresentou voluntariamente para substituir dois companheiros que estavam feridos. A turma do Lamarca pegou o rapaz, trucidou-o, castrou-o e o obrigou a engolir os órgãos genitais. O crime contra o João Pereira foi muito mais grave, muito mais horrendo. E eles sabem disso.
 Peçam desculpas ao Antônio Pereira, se ele estiver vivo! Tenham a coragem de reconhecer que toda a Xambioá sabe disso!
 Genoino preso e identificado, a Guerrilha prossegue. Depois de matar o João Pereira, eles mataram o Cabo Odílio Cruz Rosa; depois do Rosa, eles mataram dois sargentos; depois dos dois sargentos, eles atiraram no Tenente Álvaro, que deve contar a história. Como estou contando a história aqui, Álvaro, conte a sua história.
 Na minha versão, o Álvaro deu voz de prisão ao bandido, eles atiram. Outro que estava atrás atirou nas costas do Álvaro, arrancando-lhe a omoplata. Depois desse ferido, houve vários feridos, e finalmente eu fui ferido e tive que sair da área.
 Porém, antes, as tropas do Exército saíram da área, vendo que aquele era um movimento mais grave, mais planejado – planejado em Cuba, com as mentes que todos estamos vendo. Sabemos como funciona a mente de um comunista. Um comunista tranqüilo, sem arma na mão, tudo bem. Aquilo é o que ele pensa, e a nossa democracia permite isso. Mas aquele que pega em arma tem de ser trucidado. Um homem que entra numa mata para combater em nome de um regime de Fidel Castro, esse cara tem que ser morto!
 A Operação Sucuri fez um levantamento de informações: de que se tratava, qual o valor do inimigo, onde ele estava, enfim, todos os itens necessários para que fosse elaborada uma ordem de operações para o combate da Guerrilha. Isso durou 5 ou 6 meses. Já existe literatura muito boa a respeito.
 Elementos militares descaracterizados, à paisana, foram postos dentro da mata, desarmados, com identidade falsa, ao lado dos bandidos. Qualquer um de nós, em sã consciência, reconhece que esses homens são uns heróis. Se me derem uma arma eu vou lá caçá-los de novo hoje. Mas, naquela época, se me tirassem as armas e me botassem na mata, não sei não. No ímpeto da juventude, talvez eu fosse, como eles foram. Eram capitães, tenentes e sargentos.
 Terminada a Operação Sucuri, já sabíamos de que se tratava, confirmadas todas ou quase todas as informações que o Genoino tinha dado. Três grupos, comando militar e a chefia em São Paulo, sob o comando de João Amazonas – que fugiu da área ao primeiro tiro. Grande valentia! Herói, João Amazonas! João Amazonas fugiu da área ao primeiro tiro, junto com Elza Monnerat. Deixou lá garotos, estudantes e os fanáticos comunistas, tipo Maurício Grabois, que influenciou seu filho, André Grabois, o personagem central do evento que vou relatar agora.
 O combate contra o grupo militar da Guerrilha foi comandado por André Grabois. E a esposa dele, a Criméia, que talvez esteja me olhando, diz que houve uma emboscada. Não houve emboscada. Como o Exército saiu da área para fazer operação de informações, a Operação Sucuri, eles cantaram vitória: “Seu Exército é de fritar bolinho”. Muito bem, fritamos bolinho.
 Já estava na área e recebi a seguinte ordem: “Vá à região de São Domingos a pé, porque de viatura não se chega lá. Eles destruíram uma ponte na Transamazônica.”
 Eu peguei a minha equipe e fui para São Domingos. Atravessei o rio. A ponte estava destruída, mas atravessei a vau. Cheguei a São Domingos, o quartel da PM estava incendiado. Ao alvorecer daquele dia – se não me engano, 10 de outubro de 1973 -, eles destruíram e incendiaram o quartel. Deixaram todos os militares nus, inclusive o tenente comandante do destacamento, e pegaram todo o armamento, toda a munição, todo o fardamento. Entraram na mata e deixaram um recado: “Não ousem nos seguir, porque o pau vai quebrar”.
Infelizmente, Criméia, seu marido morreu por isso.
 Pude ver as suas pegadas bem nítidas, porque eles estavam carregados com cunhetes de munição, fuzis da PM, revólveres, e foi fácil seguir o grupo.
 No terceiro dia, para resumir, houve um encontro. Eles estavam tão certos de que o Exército não iria lá que estavam caçando porcos. Às 6 da manhã, eu escutei o primeiro tiro e o grito dos porcos. Às 15 horas houve o combate. Vejam bem o espaço de tempo: de 6 da manhã às 15 horas.
 Eu estava a menos de 10 metros do primeiro homem, que era o comandante do grupo, André Grabois, filho de Maurício Grabois. Ele estava sentado, com o gorro da PM que tomou do tenente na cabeça, e vi que tinha a arma na mão. Olhei para os meus companheiros, que vinham rastejando, e perguntei: Será que vamos encontrar um bando de PMs aí? Olhei, eles entraram em posição, e eu me levantei. Quase encostei o cano da minha arma em André Grabois: Solte a arma. Ele deu aquele pulo, e a arma já estava na minha direção. Não deu outra. Os meus companheiros, que chegavam, acertariam o André, caso eu tivesse errado, o que era muito difícil, pois estava a um metro e meio, dois metros dele.
 Foi destruído o grupo militar da Guerrilha. Todos eram formados na China, em Pequim, em Cuba. Não me lembro do nome de todos, mas citarei alguns: André Grabois; o pai, Maurício Grabois, que mandou o filho fazer curso em Cuba; o Calatroni, o Nunes. O João Araguaia se entrincheirou atrás de um tronco de árvore e não se mexeu, depois do tiroteio, saiu correndo, sem arma. Ninguém atirou no João Araguaia porque ele estava sem arma. O Nunes estava gravemente ferido, mal falava e, quando o fazia, o sangue corria pela boca, mas ele conseguiu dizer a importância do grupo e citou os nomes – não sei se nome ou codinome – de todos eles: o Zequinha, ele disse: esse é o André Grabois. Estava morto.
 Esse foi o primeiro combate de valor contra os guerrilheiros, mas foram desmoralizados. Eles diziam para os soldados não entrarem na mata porque os oficiais não entravam. Ora, o próprio acampamento dos militares ficava no meio da selva.
 Em seguida, ocorreu o incidente do dia 23 de outubro, 10 dias depois. Continuando na perseguição ao bando, encontramos pegadas nítidas no chão de um grupo numeroso. Esse grupo do Zé Carlos era do Grupamento A. Fomos encontrar as batidas, depois, soubemos que era do Grupamento B, do Osvaldão. Então, eu já estava a menos de 100 metros do grupo. O guia já estava saindo para a retaguarda. O guia era morador. Ele não tinha nada com a guerra. Ele estava lá auxiliando o Exército a pegar os “paulistas”, que era como eles chamavam os guerrilheiros.
 Quando o guia começou a retrair, vi que a coisa estava feia, e continuei. Nisso, um dos guerrilheiros retorna, volta inesperadamente, e deu de cara comigo. Eu agachado e ele olhando para mim. Foi quando dei ordem de prisão para ele: Mãos na cabeça. Ele levantou uma mão, e foi quando vi que era uma mulher. Ela levantou uma mão fazendo sinal de… para eu ficar olhando para a mão enquanto ela desamarrava o coldre. Dei 3 ordens de prisão, mas ela não obedeceu. Quando eu vi que ela estava desamarrando o coldre ainda dei 3 ordens para ela – Não faça isso – gritando, pois sempre falei alto, meu tom de voz é esse. Quando ela sacou a arma vi que não tinha jeito e atirei. Acertei a perna dela e ela caiu, caiu feio. Ela não caiu, desmoronou. Ela deu um salto como se tivesse recebido uma patada de elefante. Ela caiu uns 3 metros depois, tal o impacto. Eu corri, ela não estava mais com a arma, estava nos estertores da dor, chorando e gritando. Eu disse: Fica calma que vamos te salvar. Olhei a arma, a selva muito cheia de folhas, não achei a arma. Meu erro: não deixei um sentinela com ela. Éramos poucos, eles eram vinte, eu precisava de gente.
 Continuamos a perseguição do grupo, e eles atravessaram o córrego. Resolvi voltar, já estava escurecendo. Quando me agachei ela me atirou à queima roupa. Ela me deu um tiro na mão e acertou na face, que atravessou o véu palatino e se encaixou atrás da coluna, e eu caí. O outro tiro que ela deu acertou o braço do Capitão Curió, Subcomandante da minha equipe. O restante da minha equipe revidou, claro, encerrada a carreira de bandido da Sônia, nome da guerrilheira. Fui carregado em uma rede e transportado na mata.
 Altas horas da noite, os soldados que estavam me carregando passaram os seus fuzis para o outro do lado. E o que ia levando 2 fuzis, um fuzil batendo no outro, fazia muito barulho na mata. E era um barulho que se propagava muito a longa distância. Eles armaram uma emboscada, teria sido o fim. Mas, aquele companheiro, com o qual eu brigava tanto pedindo que deixasse de fumar, nos salvou. Ele, que assumiu o comando da equipe, pediu para parar para dar uma pitada. Isso, a uns 50 metros da emboscada. Paramos e ficou aquele silêncio. Eu fui estendido no chão, dentro da rede, sangrava muito, quase desacordado.
Eles, então, achando que havíamos pressentido a emboscada, aqueles valentes guerrilheiros, fugiram. Claro que eles teriam matado todos nós. Não tenham dúvida.
Nós estávamos completamente sem atenção. A minha equipe estava levando o seu comandante quase morto para o primeiro local onde a ambulância poderia alcançar. Na localidade de São José, eles pediram uma ambulância para levar um ferido. De São José, a ambulância me levou para Bacaba, de lá para Marabá e de Marabá para Belém, onde passei uns dias para me restabelecer e ter condições de viajar. Depois fui levado para Brasília onde fui operado. A operação se revestia de cuidados especiais, porque, do contrário, eu ficaria paraplégico para o resto de minha vida. Graças a Deus, as seqüelas foram muito menores e hoje eu estou falando aos senhores aqui, com muita honra.
 É muito difícil falarmos em conclusões de uma luta de 4 anos. Citarei apenas 2 itens das conclusões. Permitam-me que os leia. Por isso, coloquei os óculos. Não há mais necessidade de os bandidos me olharem no fundo dos olhos. Estou à disposição deles, a qualquer momento. Quem quiser confirmar comigo o que disse, o meu endereço está na Internet. Terei muita satisfação em olhar no fundo dos olhos deles e repetir tudo o que acabei de dizer aos senhores: nada temos a esconder.
 Primeira conclusão: tenho imenso orgulho de ter participado dessa luta, por ter agido positivamente para evitar que os guerrilheiros do PCdoB implantassem no País um regime comunista igual ao de Cuba, com paredão e tudo – e esse risco não acabou.
 Segunda conclusão: além de prestar homenagem às bravas esposas dos militares, tanto daquela época quanto da atual, estendo aos membros da minha valorosa equipe a honra de que estou sendo alvo presentemente.
 Muito obrigado
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Audiência Publica do dia 3/12/08, na Comissão Especial da Anistia na Câmara dos Deputados em Brasília-DF (RESSUMO)
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Motivo da Audiência: Entrevista dada pelo Tenente Vargas a revista Isto É em 12 de Novembro de 2008. 
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Expositor: Tenente José Vargas Jiménez (Chico Dólar)
– Deputado Federal do PC do B (BA) ? Daniel Almeida / Presidente da Câmara Especial da Anistia
Sr. José Vargas Jiménez o senhor foi convidado por esta comissão especial de anistia para ver se tem informações, documentos que estariam em poder de vossa Senhoria que a Comissão considerou, que estas informações, que estes documentos podem ser úteis no sentido da aplicação da Lei da Anistia.
Existem dúvidas a respeito de pessoas, provas e fatos que ocorreram na conhecida guerrilha do Araguaia. Vossa senhoria foi convidado e gostaria que vossa senhoria pudesse fazer sua exposição, principalmente se é possível trazer elementos no sentido de criar condições para quitação da Lei de Anistia que é objeto desta Comissão Especial que tem como objetivo acompanhar a aplicação da Legislação.
Vossa Senhoria esta com a palavra.
– Tenente José Vargas Jiménez:
Senhor Presidente, deputado Daniel Almeida, senhores deputados boa tarde! Eu fui convidado pela comissão de anistia da câmara dos deputados encima da hora pela entrevista que dei a Revista ISTO É.
Há um ano lancei um livro chamado BACABA ? Memórias de um Guerreiro de Selva da Guerrilha do Araguaia, onde relato todos os acontecimentos em que eu participei, desde a preparação até a minha evacuação. Neste documento, neste livro, muitas perguntas que os senhores farão, as respostas estão aqui no livro, com provas documentais.
O livro não é ficção, o livro é uma realidade do período em que estive atuando na guerrilha. Eu era terceiro sargento e comandava 10 (dez) homens. Trabalhei com Curió e naquela época morreram 32 guerrilheiros. Alguns camponeses que apoiavam a guerrilha também foram presos, no meu livro tem tudo isso aí com fotos.
Iniciando, eu recebi o requerimento onde o Deputado Daniel Almeida do PC do B da Bahia, solicita a Câmara dos Deputados esta audiência pública para me convidar, como expositor e vou me basear nesta ultima parte do requerimento que diz:
“Esta convocação se justifica em dois aspectos distintos:
– Primeiro: Pelos direitos que os familiares das vitimas tem de conhecerem o paradeiro dos seus entes queridos e para reunir provas com intuito de identificar formalmente os trabalhadores rurais vitimas dos arbítrios da ditadura e com isso, conceder aos seus familiares os direitos a que lhes confere.
– Segundo: Pela necessidade de reescrevermos a nossa história e deixarmos às futuras gerações, um exemplo de compromisso com a verdade e com a liberdade, respaldados no valor à Democracia. Sala das Sessões, em 18 de novembro de 2008.
Assinado: Deputado Daniel Almeida do PC do B/BA.
Bem senhores, o que eu tenho a dizer realmente esta no meu livro, no Plano de Busca e Apreensão e no Plano de Captura e Destruição. No Plano de Busca e Apreensão constam os nomes dos camponeses que foram feitos prisioneiros. Aqui tem alguns que eu posso afirmar e confirmar. Os povoados onde se encontravam os camponeses a serem presos e outros, estão assim relacionados:
– No povoado de Bom Jesus, José Salim (Salu), Leonel Severino, Oneide, João Mearim e Luiz, todos com prioridade um para sua captura. E Luizinho, Leonda e Salomão, com prioridade três.
– Em Santa Rita : Manoel Cícero com prioridade três.
– Em Itapemirim: André e Zé de tal, com prioridade um.
– Em Brejo Grande : Bernardino, com prioridade um e Vicente com prioridade dois.
– Em Cristalândia: João Murada, com prioridade quatro
– Em Centro de Osorinho: Mulher e filho de 18 anos, com prioridade três.
Esses são os que eu tenho escrito e com provas. No entanto quando estive lá na primeira missão, eu, Curió e mais 2 grupos de combate, cada grupo era integrado por 10 homens, éramos 30 na primeira missão. No dia 03 de outubro de 1973, no povoado de Bom Jesus, nós chegamos e prendemos quase todos os camponeses, além dos que estão relacionados e aqueles que tinham condições de ajudar na guerrilha e os seus filhos que poderiam ajudar os guerrilheiros.
Então, o que aconteceu, só deixamos as esposas e as crianças e continuamos na selva. Prendemos Mané das duas mulheres, um camponês que era amigado com duas irmãs e assim fomos. Nesse primeiro dia nos prendemos uns 40 camponeses e mais 30 que constituíam nossos grupos de combate, era difícil se deslocar na selva. Curió então designou dois grupos de combate, comandados por 2 sargentos com curso em guerra na selva, igual ao que eu tenho, para que levassem os 40 camponeses para BACABA, nós não conhecíamos a base ainda. Eu fiquei com Curió na selva fazendo emboscadas e capturando mais camponeses.
Em relação aos camponeses, isso eu posso afirmar, outros grupos de combate atuaram nas regiões de São Domingos das Latas, Chega com Jeito, vários lugares. E, na região de Xambioá os guerreiros pára-quedistas, também fizeram este trabalho. Agora, a relação deles, eu só tenho estes que eu falei aqui que constam no meu livro.
Se alguém quiser fazer alguma pergunta sobre o primeiro tema aqui, por favor, pode fazer.
– Deputado Daniel Almeida:
Não, vamos lhe dar todo o tempo previsto, depois passaremos a fazer perguntas sobre a exposição.
– Tenente Vargas;
Bem senhores, em relação a este primeiro item, para as famílias dos camponeses é isto que eu posso falar.
Agora eu vou para o segundo item, pela necessidade de reescrevermos a nossa história e deixarmos às futuras gerações, um exemplo de compromisso com a verdade e com a liberdade, respaldado no valor à Democracia.
Hoje em dia a mídia fica falando, divulgando e as pessoas que estão no poder que, nós os militares na época do regime militar, fomos os vilões e que eles (os Comunistas) lutaram contra o regime militar, para ter esta Democracia que temos agora.
É uma mentira enorme, é uma grande mentira, eu tenho documentos aqui provando que um dos partidos de esquerda o PC do B queria impor o Comunismo no Brasil, através da luta armada, o documento é: “O estudo do PC do B para implantação da Guerrilha Rural no Araguaia (1968-1972) ? A Guerra Popular no Araguaia”.
Este documento esta comigo há 35 anos, ele foi pego no dia em que foram mortos os 8 guerrilheiros do comando da guerrilha. Entre eles Mauricio Grabois, comandante das Forças Guerrilheiras do Araguaia ? FOGUERA. Este documento estava com eles, esta aqui. Vou entregar ao Presidente da mesa. Onde eu provo o que eles queriam, o PC do B queria impor o Comunismo no Brasil. Fez o estudo, treinou muitos guerrilheiros do PC do B na China e em Cuba para lutarem contra nós. Se eles estavam lutando contra o regime militar para impor a Democracia, deveriam ter treinados seus homens em países onde existia a Democracia e não nos países Comunistas. Então, eles estavam preparados e o documento está aqui. Vou ler algumas coisas que constam nele:
“Porque a região foi escolhida? A escolha da região não foi espontânea e nem realizada empiricamente. Resultou de um profundo trabalho de pesquisas e estudo minucioso, objetivando a determinar uma área em que a luta armada pudesse ser iniciada e em que fosse assegurada a sobrevivência dos núcleos combatentes.
A região satisfaz plenamente as exigências para o inicio e o desenvolvimento da guerra popular, particularmente da guerra de guerrilha.
Outros povos utilizam com sucesso a Selva, florestas, como palco de suas ações guerrilheiras, a exemplo do que aconteceram no Vietnã, Malásia, Angola e outros países.
Por outro lado apresenta certas vantagens para os ataques de surpresa ao longo de uma extensa rodovia localizada dentro da selva.
O grosso da população é constituído de camponeses do Maranhão, Piauí, Ceará, Bahia, Goiás e de Estados do Nordeste.
Os habitantes da região não têm outra saída para solucionar os seus problemas a não ser a Revolução.
O objetivo das Forças Armadas Revolucionaria na região, a FOGUERA – Forças Guerrilheiras do Araguaia do PC do B é assegurar a sua sobrevivência e garantir um crescimento constante para formar um Exercito regular.
Mesmo que o inimigo se coloque em muitos pontos fixos desta área e realize o patrulhamento, não conseguirão impedir que os guerrilheiros ali vivam, combatam, organizem a massa e se fortaleçam continuamente..
A luta de guerrilheiros tem possibilidade de crescer na região devido ao fato da população ser pobre e sofrida. Dependendo das circunstancias da luta, afluirão para a região, revolucionários de todas as partes do país a fim de ingressar nas Forças Guerrilheiras do Araguaia (FOGUERA).
A guerrilha poderá acumular forçar, realizar intenso trabalho político, engrossar suas forças combatentes, mantendo-se com os recursos locais.
Para o inimigo a região é hostil e desconhecida. Suas tropas serão trazidas de fora. A selva, embora generosa com os guerrilheiros, adaptados a região e que a conhecem bem, será madrasta para os soldados da reação, acostumados com a placidez dos quartéis, desconhecedor dos segredos da selva. A vida na selva apresenta dificuldades para enfrentar às doenças, os mosquitos e as intempéries. É necessária elevada consciência e espírito de abnegação que somente os guerrilheiros do PC do B possuem.
As Forças Armadas ficarão isoladas e cercadas pelo ódio do povo”.
Este documento foi preparado pelo PC do B, durante quatro anos e realmente eu que estive lá, tudo o que eles previram deu certo, na primeira fase da guerrilha, quando o Exército colocou militares despreparados, recrutas vindos de Goiás e Brasília, como eles escreveram aqui no documento: Então na primeira fase da guerrilha, os guerrilheiros ganharam a primeira batalha.
Aí o exercito retirou todo o efetivo e iniciou a operação Sucuri, colocou o pessoal do serviço de inteligência para fazer o levantamento da área. Mas só descobriu os nomes, as bases e o efetivo dos guerrilheiros, porque na primeira fase, prendeu o deputado Genoíno, cujo codinome era Geraldo. E, graças a ele se conseguiu fazer o levantamento de quantos guerrilheiros atuavam na área, as armas e tudo. Foi Genoíno que passou essas informações para o Exército.
– Platéia: Vaias “Porque foi torturado.”
Então, vou repetir na mídia, que as Forças Armadas lutavam contra o Comunismo e pela Democracia. Agora, os partidos de esquerda dizem que estavam lutando contra a ditadura militar para implantar a Democracia, o que é uma grande mentira. Tanto é que eu tenho o documento elaborado pelo PC do B provando isso.
Na guerrilha Rural, eu mesmo capturei dois guerrilheiros vivos. Eu capturei o guerrilheiro Piauí, tenho prova, aqui no meu livro tem documentos provando que também capturei um camponês chamado Zezinho. Hoje eles constam como desaparecidos.
Só para os senhores saberem o que aconteceu na guerrilha urbana, nas cidades, onde os Partidos de esquerda também lutavam para impor a Ditadura Comunista no Brasil, aqui eu tenho os nomes de alguns terroristas que recorreram à luta armada e envolveram-se em atentados, assaltos e assassinatos na tentativa de derrubar o governo militar.
Beneficiados pela lei da anistia de 79 se reintegraram na vida política, foram transformados de criminosos em heróis e hoje estão nas altas esferas, onde militam pelas mesmas idéias na esperança de colocar o País sob um regime idêntico a aquele que malogrou o leste europeu.
Sabem qual o objetivo da luta armada dos que combateram o regime militar?
Quem responde a esta pergunta é Daniel Aarão Reis, um ex-terrorista do MR-8, atualmente professor de história contemporânea na universidade federal fluminense, ele diz:
“As ações armadas da esquerda brasileira não deve ser mitigadas. Nem para um lado nem para outro. Não compartilho a lenda de que, no fim dos anos 1960 e no inicio de 1970 (inclusive eu), fomos o braço armado de uma resistência democrática. Acho isso um mito sugerido durante a campanha da anistia. Ao longo do processo de radicalização iniciado em 1961, o projeto das organizações de esquerda que defendiam a luta armada era revolucionário, ofensivo e ditatorial, pretendia-se implantar uma ditadura revolucionaria. Não existe um só documento dessas organizações em que elas se apresentam como instrumento da resistência democrática.
As esquerdas radicais se lançaram na luta contra a ditadura, não porque a gente queria uma democracia, mas para instaurar um socialismo no país, por meio de uma ditadura revolucionaria como existia na China e em Cuba. Mas , evidentemente, elas falaram em resistência, palavra muito mais simpática, mobilizadora e aglutinadora. Isso é um ensinamento que vem dos clássicos sobre guerra”.
Então vejam que foi Daniel Aarão Reis, um ex-terrorista do MR-8 que disse.
Entre esses terroristas/comunistas que lutaram na época dos anos 60 e 70 eu trouxe os dossiês de alguns Ministros que estão aí no poder:
– Ministro Tarso Genro, na clandestinidade usava os codinomes de “CARLOS” e “RUI”, era um dos terroristas da época, filiado ao PC do B; aqui tenho dossiê de outro terrorista: Paulo Vannuchi foi militante da Ação Libertadora Nacional ? ALN, onde se familiarizou com ações terroristas, seqüestros políticos, assaltos a bancos e quartéis. Outro terrorista, Carlos Minc, era conhecido pelos codinomes “JAIR”, “JOSÉ” e “ORLANDO”, da Vanguarda Armada Revolucionaria ? Palmares, tem também a terrorista que na clandestinidade usava os codinomes de “ESTELA”, “LUIZA”, “PATRICIA” e “VANDA”, a ministra Dilma Rousseff, ela participou de vários eventos terroristas, tenho também o de José Genoino, que foi preso e cujo codinome era GERALDO e de José Dirceu, cujo codinome era DANIEL, que filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), quando universitário e acompanhou Carlo s Maringhella, líder do PCB, na “corrente revolucionaria”, criada para promover a luta armada.
Eu não vou ler todos os dossiês, mas vou entregar eles ao presidente da mesa, deputado Daniel Almeida, para que esta Comissão Especial de Anistia e o povo Brasileiro tomem conhecimento de quem eram estes Ministros que hoje estão no poder.
Então senhores, são só alguns nomes, esses eu trouxe para mostrar a verdade, tendo em vista eu ser militar e arrisquei minha vida para ter esta Democracia, eu era terceiro sargento, não era politizado, mas eu defendi à pátria, tanto é que consta no meu livro, documento do Exército me elogiando por eu ter defendido à pátria.
Platéia: Vaias, UHHH…!
Hoje em dia sou politizado, sou bacharel em ciências jurídicas, trabalhei no serviço de inteligência do exercito, então hoje eu vejo que nós temos que contar a história verdadeira para o povo brasileiro. Não essas falsas histórias que os comunistas e jornalistas estão contando que lutaram para impôr a Democracia no Brasil queriam sim, era impor o Comunismo.
– Deputado Arnaldo:
O senhor não tem medo de ser justiçado, assassinado?
– Tenente Vargas:
Não, os senhores podem fazer o que quiserem comigo, estão no poder mesmo.
– Deputado Claudio Cajado:
Qual sua motivação para o senhor vir a publico contar tudo isso, sendo fotografado, filmado, gravado publicamente, relatando esses fatos?
– Tenente Vargas:
Inicialmente lancei meu livro para contar a verdadeira história da guerrilha do Araguaia. Quando comecei a escrever o livro que foi feito em dois anos. Todos falavam assim: “Você é louco, maluco, o Exército vai te prender, você vai ser morto pelos familiares dos guerrilheiros que foram mortos, etc., etc.”
Depois que lancei o livro à conversa mudou: “Você é herói. Você é valente, corajoso, etc.” Até aí eu estava tranqüilo.
Aí eu comecei a ouvir e ler na mídia comentários que esses Ministros Comunistas querem acabar com a Lei a Anistia e os nossos representantes, As Forças Armadas, estão quietos, omissos, surdos. Não fazem nenhuma nota contestando ou pelo menos explicando ao povo sobre esses assuntos. Lei da Anistia e distorção dos fatos sobre a verdadeira história da guerrilha do Araguaia, onde eles, os comunistas dizem que lutaram contra o regime militar (Ditadura) para impor o regime Democrático no Brasil, o que é uma grande mentira. Isso me deixou irritado, eu sou militar, eu estive na guerrilha do Araguaia, eu combati esses terroristas comunistas, arrisquei a minha vida para ter esta democracia e não pedi nenhuma indenização nem dinheiro para ninguém. Tive problemas depois que sai da guerrilha, fiquei neurótico de guerra, pois quando você sai de uma guerra, fica neur ótico, até você se readaptar novamente à sociedade, quer dizer eu não pedi nenhuma indenização. O que eu achei e acho que fizemos a coisa certa. Tanto é que depois, que os grupos comunistas de esquerda foram derrotados. O governo militar entregou as rédeas da Nação à população brasileira onde houve eleições diretas. É a Democracia. Tanto é que hoje o regime é Democrático e os partidos políticos de esquerda estão oficialmente registrados na justiça eleitoral, como o PCB, PC do B, PT, etc.
Eu lutei pra isso, eu arrisquei a minha vida pra isso. Então, me deixam irritado quando dizem que nós do regime militar somos os bandidos, vilões e nossos chefes militares não se pronunciam em nada. Como eu estou na mídia com credibilidade, estou aproveitando para fazer este desabafo e contestar essas mentiras: “Que os terroristas Comunistas lutaram para impor a democracia no Brasil”.
– Deputado Arnaldo Faria de Sá:
Você é Herói?
– Tenente Vargas:
Por que não? Eu sou herói do Araguaia.
– Platéia: Uh! Uh! Uh!
– Deputado Arnaldo:
Você não tem medo de ser torturado?
– Tenente Vargas:
Não, nem de ser morto.
– Deputado Claudio:
O senhor sabe de que tortura é crime imprescritível?
– Tenente Vargas:
Terrorismo também é crime imprescritível.
– Deputado Fernando Ferro (PT/PE):
Vossa senhoria se sente abandonado pelas Forças Armadas e pelos seus comandantes da época?
– Tenente Vargas:
Não é que eu me sinta abandonado, sinto sim que quando surgem boatos denegrindo as Forças Armadas, nossos chefes não se manifestam.. Então, parecem que todas as mentiras que falam sobre as instituições Exército, Marinha e Aeronáutica, são verdades, eles ficam calados e como um ditado diz: “Quem cala, consente”. Mas, apesar de todo o esforço que os revanchistas fazem para denegrir as Forças Armadas, não conseguem, pois nas pesquisas feitas junto a população brasileira a credibilidade das Forças Armadas está sempre em primeiro lugar, o que não acontece com a dos políticos.
– Deputado Fernando Ferro:
Essa afirmação sua, dá a impressão de que as Forças Armadas são uma espécie de Deus, o que não é. Elas como quaisquer outras instituições cometem erros. Esta comissão de anistia foi criada para corrigir erros e contribuir com a Democracia.
– Deputado Tarciso:
O senhor poderia repassar esses documentos secretos para esta comissão?
– Tenente Vargas:
Vou pensar. – Platéia: (vaias) Põe ele no pau de arara! UUUHHH!
– Deputado Tarciso:
A ministra Dilma Russef, o senhor acha que ela deveria ter sido assassinada como as demais?
– Tenente Vargas:
Se ela estivesse na guerrilha do Araguaia, não estaria viva.
– Deputado Tarciso:
Como o senhor pode estar tranqüilo diante de tantas atrocidades. Não está com medo?
– Tenente Vargas
Se estivesse com medo não estaria aqui.
– Deputado Tarciso:
O senhor poderia repassar esses documentos secretos para esta comissão?
– Tenente Vargas:
Vou pensar. – Platéia: (vaias) Põe ele no pau de arara! UUUHHH!
– Deputado Tarciso:
Como o senhor pode estar tranqüilo diante de tantas atrocidades. Não está com medo?
– Tenente Vargas
Se estivesse com medo não estaria aqui.
– Deputado Tarcisio
Na revista Isto é, o senhor diz que tortura numa guerra é normal para obter informações. O senhor confirma isso?
– Tenente Vargas:
Na época era normal. Fiz o que fiz. Se coloque no meu lugar, se eu tivesse sido capturado pelos terroristas comunistas, eu estaria vivo aqui? Guerra é guerra!
– Deputado Arnaldo Faria de Sá:
Com todo o respeito senhor presidente, eu estou enojado. Porque Genoino está vivo?
– Tenente Vargas:
Porque ele entregou seus companheiros.
– Platéia: (Vaias) Porque foi torturado! UUUHHH!
– Tenente Vargas:
Senhor presidente, eu vou embora que falta de respeito da platéia.
– Deputado Arnaldo Faria De Sá:
O senhor conhece alguém que poderia passar mais informações sobre a guerrilha?
– Tenente Vargas:
Qual o homem que teria a coragem de falar como eu. Eu estou aqui levando farpadas. Vejam como os senhores me trataram aqui, acham que outros iriam querer vir aqui para passar pelo que eu estou passando. Quem iria colaborar com os senhores. “Cego é aquele que não quer ver”. Não sou leigo.
– Deputado Daniel Almeida:
O senhor Vargas pode dizer suas palavras finais.
– Tenente Vargas:
Senhor presidente, finalizando, quando desgravarem o que aconteceu nesta audiência, ouvirão e verão de que o senhor foi o único a falar decentemente comigo, os outros me destrataram e afrontaram.
Já fiz meu desabafo e fui pressionado sem ninguém me apoiando. Esse problema que querem acabar com a lei da anistia e nossos chefes das Forças Armadas não falam nada, eles deveriam se pronunciar a respeito. Sou militar que defendeu a Pátria contra o regime comunista, tanto é que deixei um documento provando que o PC do B queria impor o regime comunista no Brasil. Fui para a guerra. Guerra é guerra, afeta dois lados, tanto a parte vencida como a dos vencedores.. Sei que tem muita gente sofrendo até hoje, de nosso lado também tem gente sofrendo.
Já pedi perdão a Deus, mas eu estava numa guerra e tinha que cumprir ordens. Eu estava defendendo a Pátria, o regime militar, um ideal democrático contra um ideal comunista. Eram ideais de cada lado, cada combatente guerrilheiro pelo seu livre arbítrio defendia o que achavam certo. Mas, com certeza agora os senhores tem um relato verdadeiro, de quem realmente esteve lá dentro da guerrilha do Araguaia combatendo os teroristas/comunistas.
Antes de encerrar, vou fazer uma pergunta à Comissão Especial de Anistia, que é a quem libera grandes verbas de indenizações aos comunistas derrotados e suas famílias. Se eu posso entrar também com um pedido de indenização por ter combatido os comunistas na guerrilha do Araguaia para ter esta Democracia que temos hoje no Brasil?.
– Platéia: Vaias, gritos de revolta! UUUHHH!
– Deputado Tarciso:
O senhor não lutava pela democracia, lutavam pela ditadura militar, o senhor não é merecedor de anistia e nem de indenização. O senhor não tem direito, nenhum torturador tem direito a anistia nem indenização. O senhor cometeu atos de ilegabilidade
– Deputado Arnaldo Faria de Sá: Obs:Chantagem e ameaça do Deputado
Senhor Presidente, eu queria dizer ao depoente da minha parte o seguinte: “se vossa senhoria entregar esses documentos secretos a esta Comissão Especial de Anistia, eu abro mão, como relator de entrar com uma representação no Ministério Publico Federal, para que o senhor seja processado e preso por crime de tortura na Guerrilha doAraguaia.”
– Tenente Vargas
Eu não vou entregar..
– Platéia: Vaias UUUHHH!
-Deputado Daniel Almeida:
O senhor José Vargas não foi tratado de forma grosseira não ouve qualquer tipo de pressão, foi um debate civilizado.
Todos nós consideramos fundamental o papel das Forças Armadas, aquilo que está previsto na lei.
Sou do PCdoB, considero que tudo o que fizemos foi para resgatar a Democracia e a sociedade Brasileira alcançou esse objetivo.
Não me considero nem mais nem menos patriota por qualquer outro segmento da Sociedade Brasileira, porém os integrantes e guerrilheiros do PC do B são patriotas.
Agora, defender a Pátria não é impor suas convicções e não é suprimir a Democracia.
Está encerrada a audiência.
OBSERVAÇÃO:
Ao término da audiência, os jornalistas vieram para me entrevistar e junto com eles veio uma senhora que disse ser filha de um dos comunistas que morreram no regime militar. Ela chegou perto de mim e apontando-me o dedo no meu rosto disse:
“Se eu não fosse uma pessoa educada lhe dava um tapa na cara, porém se eu tivesse seu endereço mandaria matá-lo”
O segurança da Câmara dos Deputados a retirou do local e também me retirou pelos fundos da sala da audiência, pois as famílias dos Terroristas/Comunistas estavam me esperando na porta da entrada.
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ESTES SÃO OS MEUS POLÊMICOS LIVROS:
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1. BACABA – “MEMÓRIAS DE UM GUERREIRO DE SELVA DA GUERRILHA DO ARAGUAIA”. 
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2. BACABA II – “TODA A VERDADE SOBRE A GUERRILHA DO ARAGUAIA E A REVOLUÇÃO DE 1964” 
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          MILITARES DA ATIVA: Se um dia os senhores estiverem numa GUERRA. neste livros poderão saber como se comportar e atuar contra os inimigos. Como Comandantes de seus subordinados, conforme consta no Regulamento Disciplinar do Exército, disciplinarmente são CHEFES mas não são LÍDERES. Para serem LÍDERES, terão que conquistar seus subordinados de várias formas, conforme consta em meus livros, pela experiência que tive na Guerrilha do Araguaia combatendo os Guerrilheiros e comandando um Grupo de Combate. EU ME TORNEI LÍDER outros não…
Para adquirir meus livros Bacaba e  Bacaba II sobre a Guerrilha do Araguaia (1972/74) da qual eu participei, era 3º Sargento Infante, Guerreiro de Selva nr 702, com Curso de Guerra na Selva (COSAC hoje CIGS), comandando 10 homens, junto com o Ten Cel CURIÓ (era Capitão) e Ten Cel LÍCIO MACIEL (era Major), este é o procedimento:
O primeiro custa R$ 30,00 e o segundo R$ 40,00, total R$ 70,00, remeterei  pelo correio com frete já pago e registrado para poder rastrear.

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Para adquirir:

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– Depositar/transferir para o BANCO DO BRASIL, Ag nr 0048-5, c/c nr 63.292-9 em nome de José Vargas Jiménez, CPF:004196481-00
– Informar-me o pagamento, seu nome e endereço completo (Bairro, CEP)
que imediatamente lhe enviarei os livros autografados e informarei o nr do registro do correio para rastreá-los.
 – Mandar solicitação pelos seguintes emails:
Aguardo sua resposta.
Abraços.
Respeitosamente.
Tenente VARGAS (CHICO DÓLAR) – SELVA!
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3 thoughts on “José Genoíno Neto, O Entreguista

  1. Pingback: Carta de Antonio Candido a Genoino « Opinião, Fatos e Versões

  2. ISAAC J. A. CARMO says:

    Nada me faz ler um negócio desse até o fim. Prefiro o documentário jornalístico de Fernando Portela, publicado em 13 de janeiro de 1979, no Jornal da Tarde, São Paulo, onde a verdade aparece nua e crua, provocando arrepios na pele de quem a lê.

    • Gilberto says:

      Isaac, vou procurar este documentário e assisti-lo, depois comento aqui minhas impressões.
      Obrigado por sua visita, sinta-se bem vindo.

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