A sociedade pressiona as pessoas para que sejam sérias, contraídas. Parece até que essa conduta tem o poder de garantir que as coisas sejam bem-feitas, os relacionamentos honestos e que educação e ética sejam qualidades pessoais irreversíveis. Outro dia, li numa placa: “Não leve a vida a sério. Você não vai sair vivo dela”. A seriedade limita a criatividade. É como um pântano que o alto-astral consegue transformar em jardim.
Muitas vezes, a pretexto de ser realista, o indivíduo acaba transformando-se em um pessimista. “Preciso examinar todos os problemas, analisar todas as dificuldades porque, do contrário, as coisas não funcionam”, diz. É importante ter altoastral. O psicólogo Martin Seligman, autor do livro Learned Optimism (Otimismo Aprendido), traçou um quadro muito interessante da diferença entre o otimista e o pessimista.
O pessimista acredita que os eventos negativos têm origem em condições definitivas. Por exemplo: “perdi o horário do vôo porque sempre dou azar com avião”. Para ele, os eventos positivos provêm de circunstâncias temporariamente positivas: “Meu chefe me elogiou porque queria que eu fizesse hora extra”.
O otimista, ao contrário, atribui uma falha a um motivo circunstancial: “Perdi a partida porque estava exausto”. E, para ele, as situações favoráveis são causadas por fatos permanentes: “Meu marido trouxe flores para mim porque me ama”.
Quando as coisas dão errado para um pessimista, ele logo faz a decepção invadir todas as esferas de sua vida e se culpa, ainda que o erro não tenha sido seu. O otimista, ao contrário, reage com tranqüilidade e pensa: “bem, todo mundo tem seu dia de azar”. Em seguida, procura uma solução para livrar-se logo do problema. Diante de uma dificuldade, o pessimista acha que ela nunca será superada e que aparecerão muitas outras, enquanto o otimista tem a capacidade de analisar qualquer tipo de questão, organizá-la e solucionála com muita rapidez.
Muitos conseguem vencer na vida mesmo sendo pessimistas. Mas por que pagar tão caro por suas vitórias? Por que se desgastar tanto para ter êxito? Comece a cultivar o alto-astral dentro de você, a brincar com os reveses da vida, a enfrentar com bom humor até as situações mais complicadas.
O alto-astral é uma forma de ver a vida. Portanto, é diferente do prazer. Quando falamos de prazer, inevitavelmente pensamos em sexo, comida, lazer. O alto-astral é bem mais do que isso. É um gesto de generosidade com a vida, com os erros, com suas dificuldades. A seriedade leva ao julgamento; o alto-astral, por sua vez, à compreensão. Uma boa maneira de saber como anda seu astral é observar se está julgando os outros.
Quando alguém está feliz não perde seu tempo nem energia com isso. O alto-astral tem origem na bondade, que, por sua vez, começa no amor. O amor cria a verdadeira alegria de viver.
Ame todas as pessoas e brinque com elas, especialmente com você mesmo.
Texto sugerido por nossa amiga Rosângela Barreto (Rose), a quem agradeço a participação e carinho de sempre