Lino Tavares

Eu seria um fingido se afirmasse aqui que fiquei chocado com a não cassação do deputado assaltante dos cofres públicos de Rondônia, Natan Donadon. Já disse que, depois que pouparam o Lula, no maior escândalo de corrupção  da história da República, conhecido como “Mensalão”, nada mais que acontecesse de podre no mundo enlameado da politicagem tupiniquim me causaria espécie  Com certeza – pelo menos entre os lúcidos – essa atitude da Câmara Federal, optando por manter um “hóspede do xilindró” com assento na Casa,  não possui substância para decepcionar quem quer que seja, haja vista que foi consentânea com o péssimo conceito do Poder Legislativo (o mesmo que se vende ao Executivo corrupto em troca de favores e dinheiro vivo) junto à população. Decepcionar-se com algo assim seria o mesmo que se dizer decepcionado ao ver um traficante de drogas fumando maconha.
natan donadon - Condenado e preso. Mas ainda deputado
Natan Donadon – Condenado e preso. Mas ainda deputado

Há um provérbio que diz “nada está totalmente errado neste mundo, pois até mesmo o relógio parado está certo duas vezes ao dia”. Inspirado nele, consigo vislumbrar uma pontinha de utilidade nessa decisão macabra da Câmara Federal, mas coerente com o palco dos horrores onde aconteceu, que preferiu cultivar o “tumor maligno” em seu seio a extirpá-lo a bem da saúde congressual. Ela serviu para corroborar, de forma claríssima, que na política desmoralizada que hoje se pratica no Brasil todos os partidos  são “farinha do mesmo saco”, o que equivale dizer que as expressões “governo” e “oposição” não passam de mera figura de retórica, tendo como traço de diferença apenas o fato de uma significar  poder absoluto e a outra poder relativo.

Para ter certeza disso, basta verificar a relação a seguir, integrada por deputados de todos os partidos, que se uniram pelo instituto covarde da omissão, para salvar a pele do colega presidiário, formando uma autêntica “quadrilha parlamentar de proteção ao crime”,  uma espécie de “Bloco do sujo”, parafraseando a marchinha carnavalesca de Luiz Antunes e Luiz Reis.

 A seguir, a relação dos “50 mais… mais sem vergonha” que “livraram a cara” do assaltante do erário de Rondônia, cuja maioria, “para variar”, é da bancada do PT, partido do Governo corrupto que está no poder há quase doze anos.   .

PT – Angelo Vanhoni (PR); Beto Faro (PA); Biffi (MS); Iriny Lopes (ES); João Paulo Cunha (SP), condenado no julgamento do mensalão; Marina Santanna (GO); Miguel Corrêa (MG); Odair Cunha (MG); Pedro Eugênio (PE);Pedro Uczai (SC); Vicentinho (SP). PP  – Beto Mansur (SP); José Linhares (CE); José Otávio Germano (RS); Luiz Fernando Faria (MG); Paulo Maluf(SP); Renzo Braz (MG); Toninho Pinheiro (MG); Vilson Covatti (RS). PMDB  -André Zacharow (PR); Eliseu Padilha (RS); Gabriel Chalita (SP); Genecias Noronha (CE);José Priante (PA); Leonardo Quintão (MG); Newton Cardoso (MG). PSD – Edson Pimenta (BA); Eduardo Sciarra (PR); Eliene Lima (MT); José Carlos Araújo (BA);
Sérgio Brito (BA). DEM –  Claudio Cajado (BA); Eli Correa Filho (SP); Jorge Tadeu Mudalen (SP); Lira Maia (PA).  PDT Enio Bacci (RS); Giovani Cherini (RS); Giovanni Queiroz (PA).  PR –Valdemar Costa Neto (PR), condenado no julgamento do mensalão; Vicente Arruda (CE). PSB – Abelardo Camarinha (SP); Paulo Foletto (ES). PSC – Nelson Padovani (PR). Pastor Marcos Feliciano (SP). PSDB -Carlos Roberto (SP); Marco Tebaldi (SC). PC DO B – Jandira Feghalli (RJ). PMN.- Jaqueline Roriz (DF), outra deputada que escapou de cassação do mandato. PPS – Arnaldo Jardim (SP). PV – Eurico Júnior (RJ);

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