O manifestante talvez queira repudiar a mesmice que se arrasta desde a independência do país da metrópole portuguesa. À época, vários intelectuais reclamavam da falta de oportunidades.
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Todos a aguardavam, ela era a estrela que devia brilhar naquela manhã de domingo. Dia em que todos renunciaram os seus afazeres para assistir aquela palestra.
Naquela terra de tão longe, as pessoas viviam tão juntas que os filhos andavam de mãos dadas nos shoppings, museus e outras áreas públicas de lazer das metrópoles brasileiras.
La na Cabrália Dó Xipamanine, ela fora eleita a miss da cidade aos dezenove anos, há aproximadamente 34 anos, era de certa forma admirada por todos, “sabe, essa moça é muito elegante”, dizia o prefeito entre tapas e cutucadas da esposa a dizer “cala essa boca, homem! Tu é casado, tome jeito”. Ele muito obediente, prendia até respiração no seu calar após a ordem da esposa.
Desde que nos tornamos independentes da dita metrópole portuguesa, somos livres, soberanos para não mais seguir os métodos rígidos da disciplina que o assimilado era obrigado a obedecer. Raramente encontraremos, se buscar, alguém que ainda se lembre desses métodos. Caminhamos com as nossas pernas e temos nossas metodologias do bom proceder.
“Nunca vi um gajo ordeiro como aquele”, dizia Albertino, um coelho observador e madrugador, chegava cedo ao escritório, disputando assiduidade com o seu chefe. Albertino chegava antes, mas em seguida seu chefe não tardava a chegar. Sempre ajoelhava, murmurava palavras indecifráveis e fazia sinal de cruz e levantava.
Desejava novos desafios e a ocupação não podia oferecê-lo, contra sua vontade bateu pernas, portas e janelas a buscar a oportunidade. Não foi difícil, um amigo procurou e confidenciou.
os povos de oralidade aproveitam para contar histórias de antigamente aos seus filhos, vangloriando os que vieram antes, os que cá estiveram de corpo, alma, suas abensonhadas benfeitorias, sucessos e infelicidades.
Na terra do calor e poeira, lá tão longe onde a chuva era vista raramente, vivia um pequeno camundongo que ruminava constantemente. Ele gostava de conversar com um Cágado de mais de 113 anos de idade, mas labutava como um mancebo de não mais que 18 anos. Era aquele velho réptil, admirado por todos, mas seu maior admirador era mesmo o camundongo que não perdia tempo, ficava horas conversando com ele:
Jarunalete foi-lhe permitido viver 113 anos, era a única biblioteca ambulante, que registrara em sua memória os acontecimentos e as tentativas de sobrevivência de sua língua. Não sobreviveu ao projeto Oralidade em TI, não contemplava esse item em seu escopo. As plantas foram catalogadas e suas fórmulas milagrosas transformadas em remédios em grandes laboratórios. Num dia infeliz Jarunalete acordou com mal estar. Foi socorrido por uma sobrinha que o levou ao hospital mais próximo.
Foi então que sem muita hesitação e rodeios, o rinoceronte decidiu calar a todos que choravam pela paz, tranquilidade e bem comum, tão procurados como a sombra em dia ensolarado. Por anos adentro se prometera benefícios para todos, a partir da aliança da ciência e tecnologia. Que dupla! Que estaria a serviço de todos, não se importando, se África, América, Ásia, Europa ou outro lugar. Há quem diga que todas as invenções tiveram um olhar nessa dicotomia: ciência e tecnologia. Todos esperam por esse milagre, como todas as noites esperam com a certeza de um dia maravilhoso, com o sol brilhante sobre o rosto límpido do universo
“Estava cá a pensar sobre aquele antivírus contra a invasão da nossa língua”, disse ele. Ela entendeu que era desafio, então devia costurar um diálogo que consistisse na construção de frases com uso de palavras de origem estrangeira. Ela devia apresentar discurso com intervenção de inglês e ele com a origem bantu.
Ela consigo pensava, enquanto caminhava: Como doce é a tua voz, na sua sombra pude descansar, a esconder-me daquele sol que parecia do deserto do calahari, a castigar tudo abaixo, menos aquele que tivesse uma sombra generosa como aquela. Foi debaixo daquele sol que prestou atenção de como a sua companheira manipulava a voz, adocicando com toda a suavidade dos céus.
“Coitado, morre uma semana depois da Rio + 20”, estava ele a ler notícias no jornal, sobre a sua morte. Não podia acreditar, afinal esse andava em outras veredas. Mas se lembrava de ter lutado para escapar de algo que o envolvia, tentou, mas não resistiu.
Davambe . Naquela terra, onde elefante era rei. Lá no sabiá do alto, próximo do moro da chita, o alimento principal era abóbora. Poucos tinham hábito de guardarem sementes para a próxima safra, que nunca tardava em chegar. Quando isso acontecia começava a busca por elas. O elefante que guardava as sementes estava sempre disponível para vendê-las aos [leia mais…]
Davambe . Uma Zebrinha, uma Zebra de nada. Zebra. Uma manada de Zebras, um monte de Zebras. Aquele dia foi atípico para o tigre, que já cedo perdeu a hora, o despertador se recusou a tocar na hora marcada, mas ele acabou acordando. Não abriu os olhos, sentia sono pesado. Curtiu o sono. Dormiu novamente, foi então que [leia mais…]
Davambe . Em um tempo muito antes do advento tecnológico, havia uma hiena de nome Zé que vivia em uma fazenda árdua, não no deserto do Saara, mas no nordeste do país; como o nordeste sempre é desfavorecido na distribuição de recursos para desenvolvimento em qualquer governo, o Zé com a família lá vivia cercado de fome, muita fome. [leia mais…]
Davambe . Três corujas apareceram do buraco em Tambarinha próximo a Baú da Lua e todos exclamaram. – Nossa! – São filhotes, disse o Leão. – Do mal – Completou a Gazela desconfiada. Enquanto isso o soberano elefante Cinzano nada podia fazer, naquele momento escutava quieto a zombaria. Na bem da verdade também guardava mágoa sobre aquela espécie [leia mais…]
Davambe Um Veado-Vermelho assumiu a liderança. Ele era de certa forma, temido por todos e vivia a ruminar que seus liderados só executavam atividades na sua presença. – Bando de preguiçosos – dizia sempre aos mais íntimos. Achava que todos precisavam trabalhar, sem que ninguém os lembrasse de suas responsabilidades, afinal, todos eram adultos, se lamentava. Volta e meia [leia mais…]
Davambe . – Não se preocupe, estou com uns livros a mais, vou incluir como um presente adicional, não custará nada – disse o Tigre. – Olha, seria muito se pudesse incluir um cartão colorido? Não haverá custo adicional – concluiu a Gazela. Foi assim num ritmo carnavalesco que vários itens foram sendo adicionados [leia mais…]
Davambe . . A desolação era geral lá na terra dos Elefantes, próximo de murunduá. Remota terra. Sem pássaro nem carência, depois que o Leão tomou conta as propriedades prosperaram, mas alguém se tornara insuportável. Creio que o caríssimo leitor ainda se lembra do “Leopardo que Urinava no Cágado”. A notícia do fato chegou ao povoado [leia mais…]
Davambe . O Papagaio apareceu como salvação para ensinar aos passarinhos a voarem mais alto, a fim de escaparem dos predadores. Havia no caminho um pássaro preguiçoso que não gostava de caçar o seu alimento, mas apreciava uma boa refeição. Ele ficava a curtir o sol enquanto os demais trabalhavam. Porém a fome era cruel [leia mais…]
Davambe . . O Leão foi convidado a almoçar com os elefantes, afinal era dia de festas, véspera do ano novo. Durante o saborear de frescas carnes o Leão sente que fraturou o dente, não demonstra inquietação e decide engoli-lo. Engoliu o dente e também a satisfação que sentia de estar na recepção. Emudeceu, sentiu [leia mais…]
Davambe Durante sete meses, manteve segredo sobre o seu projeto. Tinha uma demanda extremamente importante, afinal era um projeto intercontinental, envolvia CPLP ( Comunidade de Países de Língua Portuguesa). – Que projeto é esse que esse gajo está a desenvolver? Perguntou o Elefante – Ah, só ele sabe, disse o cágado. – Acho que esse [leia mais…]
Davambe Estava debruçado sobre as patas, quando percebeu que o sol queimava com intensidade suas costas, era um calor incomum, mas o que o assustou foi a presença de formigas que em fila indiana seguiam para o norte, menos uma que ficou a encará-lo por um tempo. Desde então, passou a ter nojo das formigas, [leia mais…]
Davambe . De repente apareceu uma Búfala pronta para fazer parte da labuta na terra dos elefantes, depois que aquele Leão apareceu para disponibilizar a tecnologia a favor da lavoura, as coisas pareciam que estavam a melhorar, a garoa caia regularmente, os campos verdes, o girassol alegrava quem por perto passasse, além da sombra fresca daquela densa [leia mais…]
Davambe Mas havia uma boa prática que deixava o Leão manso, para ele aquela era a melhor. Achava que seria mais fácil entender o projeto e todos os seus artefatos e suas idéias. Essa boa prática era a UML, Unified Modeling Language, em Inglês, ou Linguagem de Modelagem Unificada em português. Segundo Larman ( 2006, p.28), [leia mais…]
Davambe Parecia tudo muito simples. Lá na floresta uma família de elefantes vivia angustiada por experimentar a falta de alimentos para a manada. Enquanto isso a família de rinocerontes prosperava em suas plantações, dizia-se que essa prosperidade se devia ao uso de tecnologia para suportar o negócio. O elefante cacique que sempre espiava o [leia mais…]
Davambe O Leopardo tinha hábitos de armazenar em seu computador a documentação de seus projetos. Isso irritava o leão que achava que uma das melhores práticas para compartilhar conhecimento era criar um repositório centralizado. Não perto dali estava o cágado que eventualmente colocava a cabeça para fora do casco para espiar a desavença dos dois. Era capaz de acreditar que oLeão comeria o Leopardo. Enfiava novamente [leia mais…]